Moscovo, Paris, Londres e Dublin têm as localizações de comércio de rua mais caras da Europa
Moscovo integra três das cinco localizações de comércio de rua mais caras na Europa, em termos de valores de arrendamento, nomeadamente Stoleshnikov Lane, ruas Petrovka e Tverskaya, de acordo com o primeiro relatório “Prime High Street Rents in Europe”, divulgado pela Jones Lang LaSalle.
Os Champs Elysees (7.360 euros/metros quadrado/ano), em Paris, mantém-se como a localização de comércio de rua mais cara da Europa, seguida pela Stoleshnikov Lane, na Rússia (7.035 euros/metros quadrado/ano) e pela New Bond Street, em Londres (6.762 euros/metro quadrado/ano).
Em Portugal, o Chiado ocupa a posição de liderança com uma renda anual de 1.200 euros/metros quadrados/ano, no segundo trimestre 2008, o que representa um crescimento de 17,6 por cento face a igual período do ano anterior. Este crescimento impulsionou a localização a posicionar-se à frente da Avenida da Liberdade, que é actualmente a segunda mais cara do país, com rendas prime de 900 euros/metros quadrados/ano, 11,8 por cento menos do que no segundo trimestre de 2007. De acordo com Patrícia Araújo, directora de Retail Leasing da Jones Lang LaSalle emPortugal, “sente-se um interesse crescente por parte dos retalhistas no comércio de rua, principalmente no Chiado e na Avenida da Liberdade. No entanto, a oferta ainda não está inteiramente adequada à procura, uma vez que os espaços disponíveis são, na sua maioria, muito pequenos e nem sempre oferecem as melhores condições em termos de layout por não permitirem o nível de exposição exigido actualmente pelos lojistas”.
Comparativamente aos outros países analisados (num total de 25) e tendo em conta apenas a localização mais cara de cada um dos países, Portugal posiciona-se na 21.ª posição.
Em Moscovo, a forte procura por parte de uma população com crescente poder de compra, a redução do espaço disponível e o reduzido nível de transparência levaram a um continuado crescimento das rendas. As principais cidades da Grécia e da Turquia verificaram alguns dos maiores crescimentos de rendas, com a rua Tsimiski, em Thessaloniki, a rua Ermou, em Atenas, e as ruas Bagdat e Istiklal, em Istambul, a registarem um crescimento anual superior a 25 por cento, mitigado na Turquia também pela inflação de 10 por cento. Esta situação deve-se substancialmente à limitada oferta e à forte procura para unidades, particularmente por parte de marcas internacionais. “As ruas comerciais prime da Europa tiveram um desempenho consistente ao longo do último ano e, em alguns casos, prosperaram, apesar da turbulência nos mercados financeiros e da pressão sobre o consumo privado”, comenta James Dolphin, Head do European Retail Agency da Jones Lang LaSalle. “Em geral, prevê-se que as rendas prime permaneçam estáveis em toda a região à medida que o fraco crescimento do consumo privado seja compensado pelo fortalecimento da procura de espaços nas melhores localizações”.
Nos 12 meses seguintes ao início da crise do crédito, cerca de 70 por cento de todas as localizações consideradas no relatório registaram crescimento das rendas entre o segundo trimestre de 2007 e o segundo trimestre de 2008. “Várias localizações proeminentes em mercados maduros, particularmente na Alemanha e na Holanda, deverão igualmente verificar um sólido crescimento das rendas ao longo do ano, apesar do esperado abrandamento da economia e, uma vez mais, devido à procura de grandes marcas internacionais, que tencionam garantir uma presença nos espaços prime, que são bastante escassos”, acrescenta Neville Moss, Head do European Retail Research da Jones Lang LaSalle. “Entretanto, a perspectiva é menos favorável para mercados como os países do Báltico, onde o retalho está concentrado no formato de centro comercial e as economias enfrentam uma fase de incerteza. Um conjunto de localizações da Europa Ocidental deverá igualmente assistir a uma pressão em baixa das rendas, especialmente em Espanha”.