No âmbito do SAP Business Forum ’08, a Strategos, empresa de consultoria no domínio da Inovação Estratégica, e a SAP, fornecedor em aplicações de software empresarial, divulgaram o “Business Innovation Survey Report 2008”, que tem como objectivo analisar e compreender o estado da inovação de negócio no nosso país, bem como disponibilizar um conjunto de insights úteis sobre as expectativas e as motivações dos gestores nacionais em torno desta temática.
Segundo este estudo, os gestores nacionais compreendem o significado de Inovação Empresarial, assim como da sua importância na sustentabilidade nas empresas. No entanto, esta percepção não é traduzida em investimento, alocação de recursos, processos e, sobretudo, em capacidade de medir resultados.
De acordo com as respostas dos executivos, os colaboradores das empresas são envolvidos na temática da Inovação através de processos simples, como os brainstormings, mas o seu reconhecimento por contribuir para a inovação é ainda muito incipiente. Para além disso, os executivos não têm grandes dúvidas em relação aos principais responsáveis pela inovação dentro das empresas, considerando ser os CEO e a direcção de Marketing. Este aspecto reflecte a ausência de uma cultura transversal de Inovação nas organizações nacionais.
Uma das principais conclusões do relatório indica que o tema da inovação como driver fundamental das empresas está definitivamente inserido nas agendas dos executivos portugueses. Quando questionados sobre a importância da inovação para o futuro da respectiva indústria, 87 por cento dos inquiridos consideram que esta será muito importante ou mesmo uma condição de sobrevivência das empresas.
Ao nível da definição e clareza do conceito de inovação, a maior parte dos inquiridos refere o desenvolvimento de novos produtos e serviços e o desenvolvimento de novos modelos de negócio. Verificam-se, porém, algumas limitações no que concerne à capacidade de medir o investimento e retorno da inovação nas empresas, com 44 por cento dos inquiridos a referir que este aspecto não é mensurável. No entanto, mesmo considerando a dificuldade em medir o impacto da inovação, mais de 80 por cento dos executivos referiu que os resultados com a inovação tinham ficado, regra geral, dentro ou acima das suas expectativas.
Os dados recolhidos pelo estudo demonstram também a crescente alocação de recursos para promover a Inovação. Os executivos afirmam que, em média, 45 por cento dos recursos destinados à inovação destinam-se ao desenvolvimento, incluindo I&D, e colocação de novos produtos no mercado. De acordo com esta tendência, também mais de 40 por cento dos inquiridos refere que conseguiram a maior parte das suas Inovações ao nível do produto ou serviço.
Para envolver os colaboradores para a necessidade de inovar são colocadas em prática, maioritariamente, sessões de brainstorming e meios de comunicação interna, como intranet ou newsletters. Importa referir que cerca de dois terços dos executivos não têm aprovado orçamento para inovação (excluindo I&D), não existindo sequer processos formalizados para gerar Inovação. O estudo revela ainda que a formação específica para a Inovação está pouco democratizada, não existindo estruturas concretas nas organizações. Apenas em menos de 25 por cento dos casos existe formação para todos os profissionais.
Em Portugal, actualmente, alguns dos incentivos mais comuns para os executivos inovadores são o reconhecimento público (60%), bónus (53%) e prémios simbólicos (45%). Assim, a nível interno, os públicos que mais contribuem para a inovação são marketing e gestão de produto e CEO’s, enquanto a nível externo são os clientes, seguidos pelos fornecedores.
Para 71 por cento dos inquiridos, a maior barreira à inovação são o foco no curto prazo e nas operações, em conjunto com a falta de uma abordagem sistematizada (48%) e a falta de uma cultura nacional de inovação (33%). É ainda interessante destacar que 28 por cento dos inquiridos escolheu a falta de recursos (humanos, tempo e dinheiro) como um factor impeditivo da Inovação empresarial.
Em forma de conclusão, 47 por cento dos executivos afirmam que a inovação será muito importante para os próximos cinco anos, ao mesmo tempo que 40 por cento dizem mesmo que esta será uma questão de sobrevivência.