Segundo um estudo efectuado entre 2005 e 2007 sobre o uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC) nas empresas da União Europeia (UE), apresentado por Laura Potiggia, responsável pela área de Sociedade de Informação e Media da Comissão Europeia , na sessão Adopção e Tendências de Negócio Electrónico no Mundo e em Portugal” da Digital Business Conference - Lisbon’08, a média europeia de empresas com acesso à banda larga é de 77 por cento.
“Os valores de acesso à Internet são muito bons. Estamos a chegar praticamente aos 100 por cento, mas ainda há uma grande diferença entre as pequenas e as grandes empresas”. Outro dos pontos destacados pelo estudo foi a elevada taxa de utilização do e-Banking dentro das empresas.
O país mais “ligado” é a Dinamarca, com uma adesão de 60 por cento. No oposto da escala está a Roménia, com apenas 27 por cento. No que toca à performance portuguesa, Laura Pontiggia destacou a forte adesão das empresas nacionais a ferramentas de Customer Relationship Management analítico, uma forma de e-Business dentro das próprias empresas.
A responsável revelou, ainda, que a Comissão Europeia já está a lançar o debate sobre o que vai acontecer após o fim do programa i2010, pois existem questões importantes que ainda não foram respondidas como porque é que os Estados Unidos da América têm maior produtividade? Porque usam melhor as TIC e o e-Business ou porque a UE ainda não tem um mercado único que realmente funciona?
A falta de actividade reguladora para a versão 2.0 da Internet é um dos aspectos preocupantes revelados pelo estudo. A maioria das actividades reguladoras desenvolveu-se perto de 2000, quando se deu o “boom” da Internet, na sua versão 1.0. “Mas depois a tecnologia desenvolveu-se muito e a actividade reguladora não a acompanhou”, revelou Laura Pontiggia.
A responsável pela área de Sociedade de Informação e Media da Comissão Europeia falou, também, das barreiras ao crescimento do comércio electrónico. Afirmou que a linguagem ainda é uma barreira, uma vez que apenas 33 por cento dos consumidores europeus estão disponíveis para fazer uma compra noutro idioma. Entre estes, oito por cento não foram capazes de efectuar a compra, porque a empresa fornecedora não actuava no seu país. Outra das barreiras é a desconfiança face ao ambiente digital. Só 30 por cento dos consumidores estão dispostos a comprar online e, entre estes, apenas sete por cento fora do seu país.
Para combater este entrave, a Comissão Europeia vai lançar, no início do próximo ano, o “eYou Guide”, um guia de direitos e deveres dos consumidores online, com informação sobre a legislação europeia actual e que promove comportamentos seguros na Internet. “É um guia muito factual e pedagógico e uma importante ferramenta de consciencialização”, resumiu Laura Pontiggia.