Menos de 10% das empresas portuguesas recorre a serviços externos de Gestão de Crédito
De acordo com dados da Intrum Justitia, países como a Suécia e a Finlândia, onde mais de 25 por centp das empresas recorrem a serviços externos de Gestão e Recuperação de Crédito, têm índices de risco de incumprimento mais baixos de toda a Europa.
Por outro lado, países como Espanha, Portugal, Bélgica e República Checa, que recorrem menos a serviços externos, apresentam os mais elevados índices de risco de incumprimento. Em Portugal, as despesas totais consagradas à gestão de crédito nas empresas equivale a 50 milhões de horas por ano.
A Intrum Justitia, multinacional sueca que presta serviços na área de Gestão de Crédito, afirma que existe uma relação directa entre a profissionalização dos serviços de gestão de crédito e o risco contido nas transacções comerciais. Os dados recolhidos pela Intrum Justitia, em 25 países europeus demonstram que, países como a Suécia e a Finlândia, onde mais de 25 por cento das empresas recorre a este serviço externo, têm os mais baixos índices de risco de incumprimento de toda a Europa (120-129). Este índice é produzido anualmente pela Intrum Justitia através da recolha de dados estatísticos e económicos junto das empresas para analisar o risco de incumprimento de cada país.
Em contrapartida, países como Portugal, onde menos de dez por cento das empresas recorre a este serviço de recuperação de crédito, têm uma taxa de risco muito mais elevada, Índice superior a 170 (numa escala de 120 a 200). De acordo com os parâmetros que determinam este estudo, face a este índice de risco a intervenção é inevitável e é necessário tomar medidas urgentes para reduzir o nível de risco. Outros países, onde, segundo a Intrum Justitia, os riscos associados aos baixos rácios de outsourcing são mais elevados são Espanha, Bélgica e República Checa.
Além disso, existe uma relação com os custos que a gestão de crédito tem para as empresas. Para Luís Salvaterra, director geral ibérico da Intrum Justitia em Portugal, o total das despesas envolvidas na gestão de crédito nas empresas ascenderam a 50 milhões de horas por ano. As pequenas empresas apresentam custos salariais associados à gestão de crédito mais elevados podendo mesmo ser o dobro do das empresas que têm entre 50 e 249 empregados. Nas empresas com menos de 19 empregados, é estimado em 38,9 horas por ano, enquanto em empresas com mais de 2.500 empregados representa 4,4 horas por empregado.
Assim, nas palavras de Luís Salvaterra, “para as PME é muito mais problemático a gestão de crédito a nível interno devido aos custos dos recursos humanos e por isso acreditamos que para essas empresas a profissionalização e o recurso a serviços externos são fundamentais”.