O Pingo Doce já veio a público repudiar as acusações de comportamento impróprio no tratamento da alteração da taxa de IVA de 21 para 20 por cento, constantes numa carta entregue ao Ministério das Finanças pelo deputado do PCP Honório Novo.

Em comunicado, o Pingo Doce considera as insinuações de “atentatórias ao seu bom nome”, reiterando que “cumpre, como sempre cumpriu, a legislação em vigor”.

O comunicado foi enviado no seguimento de uma carta enviada pelo deputado comunista ao Ministério das Finanças, em que denuncia os supermercados Pingo Doce por cobrarem o mesmo por alguns produtos antes e depois da descida do IVA. Segundo a Agência Financeira, Honório Novo anexou, inclusivamente, ao documento facturas que corroboram as suas alegações. Fonte do Ministério das Finanças afirmou à Agência Financeira que “todas as denúncias são bem vindas e serão seguramente investigadas. O Ministério das Finanças tem todo o interesse em que as inspecções se realizem”. A mesma fonte lembrou que “as entidades responsáveis já estão a fazer a fiscalização dessa matéria (reflexo da descida do IVA nos preços) por indicação do Governo” e que “as acções de fiscalização não dependem só de denúncias. As entidades podem decidir ir fiscalizar os sectores que entenderem. Mas sempre que houver suspeitas de um caso, ele será obviamente tido em conta”.

Este é o segundo caso de facturas com preços iguais antes e depois da descida do imposto apresentado por Honório Novo. O deputado do PCP já denunciado um caso em que a Galp cobrava o mesmo valor ao cliente por uma botija de gás butano. De acordo com a Agência Financeira, a Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica (ASAE) fiscalizou várias dezenas de bombas de combustível e postos de venda de gás e concluiu que quase cem operadores não tinham reduzido o preço com a baixa do IVA e que, em alguns casos, o preço chegou mesmo a aumentar.