O Movimento Cívico pelo Encerramento do Comércio ao Domingo (MCECD) quer entregar um abaixo assinado com 100 mil assinaturas contra a abertura do comércio ao Domingo na Assembleia da República.
Em conferência de imprensa, a comissão executiva do MCECD adiantou que a recolha de assinaturas será feita junto de consumidores, nas micro e médias empresas, durante dois meses.
Esta foi uma das medidas da nova campanha lançada pelo MCECD e que contempla também debates com entidades religiosas e políticas. Outra das medidas passa também por um pedido de audiência com o Presidente da República, reuniões com os partidos representados na Assembleia da República, com o secretário de Estado do Comércio, Fernando Serrasqueiro e com o presidente da Conferência Episcopal.
Jorge Pinto, representante da comissão executiva do MCECD, admitiu, em conferência de imprensa, recear “um conluio do bloco central de interesses, o quer seria um grande desastre para o sector do pequeno comércio”, alegando que a proposta, apresentada em Março pelo PSD, é “totalmente liberalizadora no que refere aos horários do comércio. O projecto-lei, que será discutido a 2 de Maio no Parlamento, prevê que a definição dos horários do comércio passa a ser uma responsabilidade das autarquias.
Em oposição, o MCEDC defende um modelo semelhante ao espanhol, que preveja a abertura de centros comerciais, hipermercados e supermercados apenas em oito a dez domingos por ano.
O movimento criticou também a "recente ofensiva da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) junto do poder político, no sentido da total liberalização dos horários do comércio", argumentando que foi fundamentada em "critérios retrógrados". Para o MCECD, as 250 mil assinaturas da petição da APED pela liberalização de horários foram "recolhidas junto das 'caixas', sendo os trabalhadores pressionados a 'convencer' os clientes a fazê-lo".