Participantes na conferência da APDC “AS TIC ao Serviço do Ambiente” concluem que as Tecnologias de Informação e Comunicação poderão desempenhar um papel fundamental na criação de soluções para a preservação ambiental
A APDC – Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (www.apdc.pt) realizou uma importante conferência internacional sobre “As TIC ao Serviço do Ambiente”, que juntou no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, vários protagonistas do sector das TIC, dos Transportes e da Energia, para além do reputado especialista internacional em questões do ambiente e autor do best-seller “O Mundo sem Nós” Alan Weisman.
A sessão de abertura deste evento contou com a presença do presidente da APDC, Raul Mascarenhas, com o chairman da conferência, Murteira Nabo, e com Gonçalves Henriques, presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, em representação do Secretário de Estado do Ambiente.
Para Raul Mascarenhas, “a realização desta conferência é um marco importante na actividade da APDC, que sempre teve uma grande preocupação com esta área e que pretendeu com este evento mostrar como poderão as Tecnologias de Informação e Comunicação contribuir para a preservação do Ambiente”.
Por seu turno, Murteira Nabo referiu “será cada vez mais necessário e urgente que as empresas de TIC e as empresas das áreas dos transportes e da energia trabalhem em conjunto de forma a responderem da melhor forma às pressões actuais para que sejam mais eficientes do ponto de vista ambiental”, acrescentando que “as TIC são essenciais na criação e no desenvolvimentos de modelos de previsão das alterações climáticas para que se possa pró-agir e não apenas reagir às mesmas”.
Gonçalves Henriques, presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, iniciou a sua intervenção afirmando que “as TIC têm um papel essencial no trabalho de previsão e de monitorização das condições ambientais e climáticas”, referindo também, que “a Agência Portuguesa do Ambiente recorre cada vez mais às TIC no seu relacionamento com entidades externas e com clientes, minimizando assim o impacto ambiental da sua actividade”.
A sessão “O Impacto das TIC no Ambiente” teve como Key-Note Speaker Alan Weisman, que abordou a questão das alterações climáticas e o que será o futuro se nada for feito, assim como deu a conhecer algumas das conclusões a que chegou no seu livro “O Mundo sem Nós”, que parte do pressuposto de que o Homem é extinto para saber quais as realizações humanas que lhe resistiriam. “Se o Homem se extinguisse de um momento para o outro muitas das suas realizações desapareceriam em pouco tempo. A cidade de Nova Iorque seria alagada em poucos dias, mas muitas das nossas criações subsistiriam uma vez que são tão pouco ‘naturais’, como é o caso plástico, que a Natureza não as conseguiria absorver”, afirmou.
Alan Weisman referiu ainda que “se não mudarmos de atitude face a consumo de energia e à emissão de CO2 nada se altera e podemos caminhar para um planeta inabitável. Uma das medidas que nos poderá levar a poluir menos e a emitir menos gases tóxicos é reduzir a população, mas penso que esta é uma ideia muito impopular e que não será fácil de implementar”.
Esta sessão contou ainda com a intervenção de Joaquim Santos, da Ericsson, que referiu o trabalho que a empresa está a efectuar na área do Ambiente, tanto a nível interno como no que se refere à sua actividade principal, criando soluções amigas do ambiente. “A Ericsson tem um grande compromisso com a preservação do ambiente que abrange todo o ciclo de vida dos seus produtos e é membro efectivo de vários fóruns internacionais sobre esta temática”.