Segundo um estudo da Edinfor-LogicaCMG sobre o outsourcing nas grandes empresas da Península Ibérica, as empresas portuguesa estão mais familiarizadas com o outsourcing como opção estratégica e já implementou mais projectos de outsourcing.

Metade das maiores empresas portuguesas debate regularmente o tema do outsorcing, enquanto que em Espanha apenas um quarto (24%) das grandes empresas admite discuti-lo com frequência. Outra grande diferença entre os dois mercados está na implementação. Enquanto que em Portugal 34 por cento das grandes empresas que debatem o outsourcing com regularidade já implementaram na totalidade um projecto desta natureza, já em Espanha só 21 por cento decidiu adoptá-lo como estratégia empresarial.

O universo das grandes empresas nacionais mostra-se mais familiarizado com o outsourcing quando comparado com o país vizinho. As grandes empresas espanholas mostram-se mais resistentes à ideia de externalizar algumas funções. 10 por cento rejeitam liminarmente essa opção contra sete por cento das organizações portuguesas que afastam esta possibilidade. Por outro lado, apenas 12 por cento das portuguesas nunca discutiram esta opção enquanto em Espanha essa parcela sobe para 16 por cento.

Quando questionados sobre as características que tornam um processo apropriado para ser externalizado, o alto nível de conhecimento especializado é o factor mais referido pelos gestores portugueses (70%) e curiosamente o menos apontado pelos gestores espanhóis (apenas 40 por cento consideram a procura de competência especializada uma razão para se optar pelo outsourcing). Já quanto à expectativa de se obterem grandes poupanças em custos, esta é uma condição imprescindível para 76 por cento dos espanhóis. Aliás, é o factor mais referido pelas grandes empresas do país vizinho, um aspecto menos valorizado pelos gestores portugueses (apenas 58 por cento o referem como um argumento da decisão de recorrer ao outsourcing, sendo que é o terceiro factor mais referido).