Vendas da Fnac em Portugal penalizadas pela descida do tráfego nos centros comerciais
No segundo trimestre, as vendas comparáveis da Fnac Darty caíram 31,6% na Península Ibérica, dado o desconfinamento mais tardio e a reabertura mais progressiva das lojas. As plataformas de e-commerce, em contrapartida, triplicaram as suas vendas. O desempenho da Fnac em Portugal foi penalizado pela redução do tráfego nos centros comerciais, não obstante a boa dinâmica comercial mostrada pela insígnia.
Globalmente, as vendas do grupo caíram 8%, para os 1.359 milhões de euros (-10% numa base comparável). Em França e na Suíça, as vendas comparáveis baixaram 8,2%, marcadas por uma boa resistência dos produtos técnicos, impulsionada pelo crescimento da informática, ligado ao desenvolvimento do teletrabalho e das aulas em casa. Já na região da Bélgica e do Luxemburgo, as vendas comparáveis caíram 2,4%.
Contabilizando os dois primeiros trimestres do ano, o volume de negócios da Fnac Darty retraiu 8%, para os 2.849 milhões de euros. Numa base comparável, a queda foi de 10% relativamente ao período homólogo de 2019.
A margem bruta atingiu 844,2 milhões de euros, em baixa em relação ao primeiro semestre de 2019. A entrada da Nature & Découvertes impactou positivamente a taxa de margem bruta em mais 60 pontos base, mas foi mitigado pelo efeito desfavorável do mix de produtos e de serviços. De facto, o encerramento das lojas ditou o recuo dos produtos editoriais, muito sensíveis às compras de impulso.
Perante este cenário, a Fnac Darty reportou um prejuízo de 76,7 milhões de euros.
E-commerce representa mais de 30%
A Fnac Darty considera, contudo, que o seu desempenho revela uma boa resistência das vendas durante o período de confinamento, alicerçada no crescimento significativo do e-commerce, que passou a representar mais de 30% das vendas do no primeiro semestre, contra os 18% do ano anterior. As vendas online cresceram 60%, catalisadas pela forte dinâmica das plataformas digitais no conjunto das zonas geográficas onde a Fnac Darty está presente, destacando-se o “mobile”, que vale já mais de 63% do tráfego nos sites. Os marketplaces também registaram um crescimento de dois dígitos.
“Após um arranque de ano muito promissor, o grupo soube fazer face à crise da Covid-19, apoiando-se nas suas forças digitais e logísticas para servir os seus clientes nas melhores condições possíveis. A força do nosso modelo omnicanal continuou a dar provas na fase de desconfinamento, com a reabertura das nossas lojas a partir de 11 de maio e com um bom nível de frequentação e de atividade, ao mesmo tempo que manteve a boa dinâmica digital. O envolvimento dos colaboradores do grupo, a fidelidade dos nossos clientes e a qualidade da relação com os nossos parceiros explicam, em grande parte, este sucesso”, analisa Enrique Martinez, diretor geral da Fnac Darty.
Em junho, o grupo cresceu 21% em vendas, com a região de França e Suíça a dar mostras de um ainda maior dinamismo, crescendo 25%.
Preparados para o regresso às aulas
Num contexto de consumo que permanece incerto, o grupo garante que irá manter, no segundo semestre, uma política de gestão financeira muito rigorosa, prosseguindo com as prioridades de negócio, com a aceleração forte das plataformas digitais, a diversificação das atividades e o desenvolvimento da oferta de serviços. “Estamos, assim, preparados a enfrentar os desafios dos próximos meses, a começar pela campanha de regresso às aulas, em setembro”, assegura Enrique Martinez.