As vendas totais do sector do retalho, a nível mundial, deverão afundar 5,7% face a 2019 e quase 12% face aos níveis pré-pandemia, indicam os dados da eMarketer.
A magnitude desta queda e o ritmo de recuperação serão piores que os observados durante a Grande Recessão de 2008-2009. O Fundo Monetário Internacional estima que o Produto Interno Bruto Global contraia 3%, este ano, o que compara com o declínio de 0,1% observado em 2009.
Recuperação mais lenta
Quando a retoma acontecer, também deverá ser mais lenta. Após a crise financeira de 2008-2009, a maioria dos mercados afetados demorou aproximadamente um ano para que as vendas a retalho regressassem aos níveis pré-crise. Com a crise atual, a eMarketer antecipa um período de recuperação de sensivelmente dois anos. A maioria dos países regressará aos níveis pré-pandemia em 2022, embora alguns países do norte da Europa possam fazê-lo já em 2021.
Esta recuperação mais lenta deve-se ao facto dos impactos diretos, como o encerramento das lojas e as disrupções na cadeia de abastecimento, serem exacerbados pelos efeitos secundários, como a queda nas exportações e elevado nível de desemprego.
Este efeito já é visível em mercados que começaram a abrir. Na China, os espaços de retalho físico reabriram, mas o consumo ainda não retomou. Por exemplo, em meados de março, cerca de 90% das lojas H&M na China já estavam abertas, mas as vendas estavam 79% abaixo.