A Covid-19 desafiou a capacidade de adaptação das cadeias de abastecimento em todo o mundo, com a aceleração da tendência para se tornarem mais regionais e para uma maior deslocalização, avança a Savills.
Concretamente, a consultora afirma que a criação de locais de fabrico alternativos modificará as correntes comerciais e, por sua vez, a dinâmica do mercado industrial e logístico a nível global. “A guerra comercial entre os Estados Unidos e a China começou a remodelar as cadeias mundiais de produção e abastecimento e impulsionou o comércio noutras partes do mundo, como o México e o Vietname. Não obstante, a pandemia originada pela Covid-19 converteu a capacidade das cadeias de abastecimento num assunto global, cada vez mais politizado, com países como a França, o Japão e a Índia a reclamar uma maior autossuficiência económica”, afirma
Deslocalização
Na Europa, os países com maior potencial de deslocalização concentram-se no leste, devido aos custos menores e às ligações por rede rodoviária ou ferroviária aos principais mercados de consumidores da Europa Ocidental. A Ucrânia é, segundo a Savills, o país com maior potencial, devido aos baixos custos salariais segundo os standards europeus.
Se as empresas transferirem a produção para mais perto do seu consumidor final, é provável que apareçam novos hubs logísticos. Por exemplo, Marrocos é facilmente acessível à Europa Ocidental através de mar e pode integrar-se ainda mais no corredor logístico existente que abarca os portos da Península Ibérica até França.