Os portugueses estão mais confiantes, depois da forte quebra deste indicador registada no mês de abril, revelam os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).
“Em maio, o indicador de confiança dos consumidores recuperou parcialmente, registando o maior aumento da série, após ter apresentado em abril a maior redução face ao mês anterior e o valor mínimo desde maio de 2013”, refere o INE.
Esta evolução estará ligada ao desconfinamento gradual. “Os períodos de recolha de informação decorreram entre 4 e 15 de maio, no caso do inquérito aos consumidores, e entre 1 e 22 de maio, no caso dos inquéritos às empresas, quase coincidindo com a primeira fase do plano de ‘desconfinamento’ (de 4 a 17 de maio), sendo possível que tal tenha contribuído para a alteração de sentimento que se verificou em alguns dos inquéritos”.
O aumento do indicador de confiança dos consumidores resultou das recuperações das perspetivas relativas à evolução da situação económica do país, da condição financeira do agregado familiar e da realização de compras importantes, após as diminuições históricas observadas no mês anterior.
Não obstante, os portugueses estão mais pessimistas sobre a evolução passada da situação financeira do agregado familiar, com uma contribuição negativa para a evolução do indicador. “O saldo das opiniões sobre a evolução da situação financeira do agregado familiar diminuiu nos últimos três meses, de forma mais significativa em abril e maio, atingindo o valor mínimo desde julho de 2015”, indica o INE.
Construção e comércio mais otimistas
Alguns sectores recuperaram mais depressa do que outros. Os indicadores de confiança aumentaram de forma moderada na construção e obras públicas e no comércio e diminuíram novamente na indústria transformadora e nos serviços, prolongando as quedas abruptas registadas em abril e atingindo novos mínimos.
Já as atividades ligadas ao turismo mantiveram níveis baixos. “Nos serviços, destacaram-se as secções de ‘alojamento, restauração e similares’ e de ‘atividades artísticas, de espetáculo, desportivas e recreativas’ que apresentaram os valores mais baixos dos respetivos indicadores de confiança”.