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Insolvências devem crescer acima de 30% na Índia
2020-05-21

Na Índia, o coronavírus atingiu uma economia já enfraquecida. A Crédito y Caución prevê que as insolvências comerciais no país aumentem mais de 30%, em 2020, num contexto de deterioração do desempenho dos negócios e de risco de crédito nos principais sectores.

A Índia enfrenta uma contração no crescimento económico, com sérios obstáculos a uma rápida recuperação. Em 2019, a sua economia registou o menor aumento anual em seis anos, devido à forte desaceleração do crédito. Em 2020, a Crédito y Caución espera que o Produto Interno Bruto (PIB) contraia em torno de 3%.

O sector financeiro da Índia enfrentava já grandes problemas antes do surto do coronavírus. Os bancos indianos mantêm um alto nível de incumprimento nos seus balanços, o que representa quase 9% do crédito total concedido. As emissões de crédito em curso com condições restritivas podem impedir uma recuperação económica geral após o levantamento das medidas de bloqueio.

A elevada dívida das empresas é um risco para a economia indiana e não se pode descartar uma maior deterioração dos balanços das empresas e dos bancos públicos.

Queda na procura interna

A imposição de medidas de confinamento geral, desde finais de março, teve sérias consequências para a procura interna. O desemprego está a aumentar acentuadamente e o consumo das famílias, o investimento e as exportações deverão contrair-se. A interrupção prolongada do fornecimento da China prejudicou sectores como a eletrónica, que importa mais de 65% dos seus componentes, ou a indústria farmacêutica, que importa quase 70% dos ingredientes que utiliza.

Para suportar a economia, o banco central reduziu drasticamente a taxa de juros de referência e tomou medidas adicionais para proporcionar liquidez ao mercado. Em maio, o Governo anunciou um pacote de estímulos no valor de 266 mil milhões de dólares.

No entanto, a margem fiscal é limitada. Em 2020, o défice orçamental deverá exceder 6% do PIB. A crescente aversão ao risco levou a uma grande saída de capital dos mercados emergentes no primeiro trimestre de 2020, aumentando o risco de depreciação para a rupia. Dito isto, o risco cambial é moderado por uma melhoria significativa nos saldos externos da Índia nos últimos dois anos. O país não deixa de efetuar pagamentos desde 1970, o que lhe proporciona um bom acesso ao mercado de capitais.

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L.Branca/PAE

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