“Com a introdução deste novo equipamento vamos poder abrir ainda mais clientes no canal Office”
A Nespresso introduziu no mercado nacional o novo equipamento Nespresso Momento. Uma máquina composta, na íntegra, por elementos 100% recicláveis e que aposta no eco design e qualidade sustentável. Uma máquina inovadora na oferta da marca e que, segundo Anna Lenz, Market Director da Nespresso Portugal, vem abrir novas possibilidades neste canal em crescimento.
Grande Consumo – A que é que se deve a aposta neste novo equipamento para o canal profissional? Em que é que o mesmo se diferencia face a outros que a marca comercializa?
Anna Lenz – Esta máquina, em particular, dirige-se ao canal Office. Também pode servir o canal Horeca, mas foi desenvolvida para o canal Office, ao proporcionar não só a extração de café, mas uma experiência de consumo mais completa. Como? Ao escolher uma determinada cápsula, o próprio equipamento vai sugerir a extração mais apropriada para a mesma. Se a máquina diz que é adequada para café lungo não quer dizer, naturalmente, que não possa ser servida como um expresso, mas o equipamento faz essa sugestão.
Ao longo da extração, é possível, ainda, ficar a saber mais sobre o café extraído, origem, intensidade, perfil, etc., ou seja, permite ao utilizador ficar a saber mais sobre o café que vai degustar.
Mas diferencia-se, sobretudo, ao nível da sustentabilidade, um elemento muito importante para a marca e para a forma como trabalha esse canal. É um equipamento composto por elementos 100% recicláveis, logo com um impacto ambiental reduzido. A Nespresso tem apostado muito na reciclagem e este equipamento vem ajudar muito nessa perspetiva.
GC – Trata-se de um equipamento produzido em Portugal?
AL – Não é produzido em Portugal, mas o país foi um dos mercados piloto para o seu desenvolvimento, pelo que contribuímos de forma ativa para a sua conceção final.
GC – Como é que o equipamento consegue identificar a cápsula inserida e sugerir o respetivo modo de extração?
AL – O equipamento tem um leitor que identifica o que está a ser inserido e sugere o respetivo modo de extração, assim como comunica um conjunto de informações adicionais sobre o café em causa.
Mas não só. Um dos aspetos mais importantes deste equipamento prende-se com o facto de ser modelar. Enquanto nos outros equipamentos, quando avariam, é necessária a intervenção de um técnico especializado, ou a sua substituição, neste caso, quando avariar – o que espero que não aconteça muitas vezes -, é possível substituir o módulo in loco, sempre com intervenção de um técnico especializado, mas no local. O equipamento indica o erro em causa e a assistência técnica da Nespresso está no local em duas horas, nas zonas de Lisboa e Algarve, e quatro horas, nas restantes localidades.
GC – Qual a importância do canal Office para a Nespresso?
AL – O B2B representa entre a 10% a 15% do que o B2C aporta para a Nespresso, mas em termos absolutos é um terço do nosso crescimento. E dentro do segmento fora do lar, quer o canal Office quer o canal Horeca, têm uma importância muito grande para a marca, seja mediante a melhoria da economia portuguesa, assim como com o contributo do turismo. O que se verificou no período da crise é que a cortesia do café, em muitas empresas, foi retirada como forma de controlar custos. Presentemente, assiste-se ao retomar desse benefício aos colaboradores. Fizemos uma pesquisa de mercado e verificámos que o disponibilizar de um bom café, para muitos trabalhadores, é mais importante do que um lugar ao pé da janela. Em Portugal, particularmente, esse benefício tem importância.
GC – A marca vai disponibilizar “blends” específicos para este canal?
AL – A gama trabalhada é a que já existia neste canal. A gama é composta por 13 cafés, dois dos quais são exclusivos para restaurantes com estrelas Michelin.
GC – Era a altura certa para introduzir no mercado um equipamento composto, na íntegra, por componentes reciclados?
AL – Sim. Para a Nespresso, a reciclagem sempre foi um tema estruturante e o que verificámos é que agora existe um maior interesse do mercado em relação a este tema, em concreto no canal Office. Para algumas empresas, é uma condição “sine qua non” trabalhar com um fornecedor que também se preocupa com a sustentabilidade. Muitos dos nossos clientes, e até potenciais clientes, questionam-nos sobre a sustentabilidade das nossas cápsulas e acerca do respetivo processo de revalorização. Muitas vezes, esse aspeto antecede a discussão do preço em si. Mas também a perceção dos próprios colaboradores, e até o seu conhecimento, sobre o processo de reciclagem da Nespresso é tido, por vezes, em conta para a decisão final.
GC – Este lançamento marca um novo “benchmark” na forma de a Nespresso produzir equipamentos?
AL – É difícil fazer futurologia, mas este equipamento vem-nos permitir entrar em novos segmentos de clientes. Fiquei surpreendida com a importância que o tema da reciclagem tem em Portugal, sejam profissionais ou consumidores. Entre outros aspetos, são já 10 anos do projeto Reciclar é Alimentar e é uma bonita forma de celebrar isso. É recompensador e um motivo de orgulho ver o retorno do investimento que temos feito nessa área.
GC – E que balanço pode fazer desse projeto?
AL – Este ano, esperamos poder entregar 100 toneladas de arroz, o que seria uma celebração tremenda destes 10 anos. Todos os países da Europa reciclam, mas dar uma segunda vida a estes componentes, não só ao alumínio, mas também ao café, e devolver de alguma forma à sociedade, é uma história ainda mais bonita do que simplesmente ser responsável na reciclagem.
GC – Como é que arrancou 2019 para a marca?
AL – 2019 está a ser muito positivo para a Nespresso, lançámos mais três cafés no B2C, Chiaro, Scuro e Corto, a pensar nas receitas com leite, um segmento em crescimento. Temos uma base de clientes muito forte e estamos a operar acima dos objetivos, seja no B2C ou no B2B. Com a introdução deste novo equipamento, vamos ainda poder abrir mais clientes no canal Office.
Com a cortesia da Grande Consumo.