Em 2017, o comércio mundial de mercadorias registou o maior aumento em seis anos. Para este e o próximo anos, a Organização Mundial do Comércio (OMC) antecipa que se mantenha esta tendência, embora dependa de um sólido crescimento económico mundial e de que os governos apliquem políticas monetárias, fiscais e comerciais adequadas.
A OMC perspetiva um crescimento do volume do comércio de mercadorias, medido pela média das exportações e importações, de 4,4% em 2018, valor equiparável ao aumento de 4,7% registado em 2017. Para 2019, espera-se que o crescimento reduza para 4%.
Este cenário poderá, no entanto, ser comprometido pelas crescentes tensões comerciais, que estão a afetar a confiança das empresas e as suas decisões de investimento. “O forte crescimento do comércio observado atualmente será essencial para manter o crescimento e desempenho da economia e para apoiar a criação de emprego. Não obstante, estes progressos podem ver-se rapidamente anulados se os governos recorrerem a políticas comerciais restritivas, em particular, se se iniciar um processo de medidas e contramedidas que poderá levar a uma escalada intolerável. O que a economia mundial menos necessita é de um ciclo deste tipo. A melhor forma de abordar os problemas comerciais que os membros da OMC enfrentam é mediante a ação coletiva. Instamos os governos a que atuem com moderação e resolvam as suas diferenças mediante o diálogo e o compromisso sério”, assinala Roberto Azevêdo, diretor geral da OMC.
O crescimento do volume do comércio registado em 2017 foi impulsionado sobretudo por fatores cíclicos, particularmente, pelo aumento do investimento e dos gastos de consumo. Em termos de valor, em 2017, a taxa de crescimento do comércio medido em dólares norte-americanos foi de 10,7% no caso das exportações de mercadorias e de 7,4% no caso das exportações de serviços comerciais, o que se deve tanto ao aumento das quantidades como à subida dos preços.