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Acesso a redes sociais no telemóvel aumentou 4 vezes entre os jovens portugueses
2018-03-29

Uma equipa de investigadores do INOV-INESC/IST, responsável pelo projeto FAQtos, no âmbito da informação em comunicações móveis, acaba de tornar público os resultados de seis anos de inquéritos aos jovens portugueses sobre a utilização do telemóvel, no estudo “Telemóveis e os Jovens: Utilização e Preocupações 2016/2017".

Os 9.091 inquéritos aplicados em 138 estabelecimentos de ensino secundário em todo o país, ao longo de seis anos letivos (entre 2010 e 2017), indicam que os jovens (entre os 15 e os 22 anos) aumentaram em três vezes a utilização da Internet no telemóvel (de 33% em 2010/2011 para mais de 97% em 2016/2017). O acesso às redes sociais, que aumentou quatro vezes no mesmo período, é uma das principais motivações, num universo em que mais de 92% possui um tarifário que inclui pacote de dados, mas apenas 20% aponta restrições à utilização por parte dos pais.

A análise dos resultados mostra também que a maioria dos inquiridos tem telemóvel desde os 10 anos (idade coincidente com entrada no 2.º ciclo do Ensino Básico), sendo que apenas 39 alunos indicaram não ter qualquer dispositivo de comunicações móveis. Decrescente é o número de jovens com mais do que um terminal - 6% em 2016/2017, face aos quase 20% em 2015/2016 -, percentagem parcialmente explicada pelos planos de dados e pelos tarifários com comunicações ilimitadas, mesmo entre operadoras diferentes, que situam o gasto mensal médio para todos os alunos nos 9,86 euros.

Os mais recentes dados recolhidos pelo projeto FAQtos indicam também que, além do acesso à Internet, os serviços mais utilizados pelos jovens portugueses são a voz, o SMS e ouvir música/rádio, com uma elevada percentagem de utilização do auricular (58% no total dos seis anos de estudo). Outras opções incluem ainda os filmes/vídeos, as fotografias e a leitura.

As tendências na utilização reportam valores bastante elevados (em média, 93 SMS enviados e cerca de 27 minutos de chamadas por dia), sendo de considerar o número expressivo de jovens com valores diários acima destas médias. A crescente utilização de canais para troca de mensagens baseados na Internet (como WhatsApp, Viber e Snapchat), possibilitada pelos tarifários com pacotes de dados, veio impactar diretamente no hábito de envio de mensagens ditas tradicionais, particularmente expressiva nos três primeiros anos do projeto.

Olhando à tipificação por género, as raparigas continuam a fazer telefonemas mais longos (em média, mais OITO minutos por dia) e enviam mais SMS (mais 14 por dia) do que os rapazes. Já o número médio de chamadas diárias apresenta valores próximos tanto para rapazes como para raparigas: quatro telefonemas diários.

Quando questionados sobre a preocupação sobre os possíveis efeitos das radiações, os jovens portugueses acentuam a inversão na tendência: cerca de 36% dos jovens preocupam-se, face aos 19% que já procuraram informação sobre o tema.


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L.Branca/PAE

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