A gestão colaborativa entre o Intermarché e a Johnson & Johnson, que resultou na introdução de métodos Efficient Consumer Response (ECR) há pouco mais de um ano, traduziu-se já no crescimento das vendas em 35 por cento e na redução emtrês por cento da ruptura de stocks. Os dados foram avançados a semana passada por responsáveis das duas insígnias na AESE- Escola de Direcção e Negócios.
Na mesma altura, David Russell, director geral do Fórum ECR, assegurou que “os métodos ECR, porque são 80 por cento pessoas e 20 por cento tecnologia, só funcionam se as pessoas quiserem”. Segundo este responsável, pôr os produtores e retalhistas a falar, e, consequentemente, a cruzar estratégias e resultados, é uma prática pouco comum em Portugal. Apesar disso, assegurou o David Russell, “os resultados de empresas que optaram pela sua aplicação são surpreendentes, um aumento substancial de vendas, margens e quotas e, acima de tudo, maior eficiência na relação com o cliente”. Só na Europa, a implementação do ECR reduziu, entre 1995 e 2005, os custos em 3,6 por cento, o que corresponde a 18 mil milhões de euros. “Adoptar as práticas ECR significa ‘internalizar’ as técnicas de gestão mais avançadas alguma vez testadas em Portugal, mas também melhorar as vendas. Já disponíveis para todas as empresas ligadas ao grande consumo na Europa, EUA, Brasil e África do Sul, estas práticas funcionam melhor quando assumidas no quotidiano das organizações e integradas no espírito das respectivas equipas de gestão”.
No caso da parceria Intermarché/ Johnson & Johnson, a opção ECR resultou da identificação de problemas e objectivos que eram comuns às duas insígnias, segundo afirmou Patrícia Jorge, responsável do Intermarché. Até aqui, “as duas empresas não tinham um alinhamento estratégico e táctico comum”. O objectivo da parceria, acrescentou, “é crescer o tamanho e a rentabilidade das categorias envolvidas neste processo”. Entretanto, garantiu Maria João Freixo da Johnson & Johnson, “a partilha de uma nova visão de negócio permite a criação de valor para o consumidor”.
O ECR é um modelo focado no consumidor no qual os parceiros de negócio trabalham em conjunto para optimizar a cadeia de valor, eliminando ineficiências. Trata-se de um movimento voluntário, baseado na mudança e na melhoria contínua, que afecta toda a cadeia de produção e distribuição de produtos de grande consumo. Actua em quatro áreas prioritárias, que são a base do Global ECR Scorecard, processo que ajuda a explorar o potencial do trabalho em equipa dentro da organização e/ ou com os parceiros na cadeia de abastecimento. Actualmente, contam-se entre os associados do ECR empresas como a AC Nielsen, Alcântara ou Bacardi e como parceiros Accenture, Deloitte, Centromarca e CODIPOR.