O talento converteu-se num dos principais fatores a ter em conta no mercado de trabalho a nível mundial e, por isso, mesmo um fator que os líderes empresariais, os definidores de políticas e o mundo académico têm de compreender plenamente.
Perante este panorama, a Adecco, em conjunto com a Escola de Negócios Internacional (INSEAD) e o Human Capital Leadership Institute (HCLI), criaram pelo quarto ano consecutivo o "Global Talent Competitiveness Index" (GTCI), um estudo exaustivo orientado para a resolução das questões relacionadas com a competitividade no mundo do trabalho.
Lançado pela primeira vez em 2013, o GTCI fornece dados e análises que ajudam a desenvolver estratégias no âmbito do talento, a superar desajustes e a ser-se competitivo no mercado global. Este índice foca a capacidade dos países de gerirem o talento através da atração, crescimento e retenção do mesmo. Por outro lado, a diferença entre os níveis de talento resume-se em capacidades de nível médio ou de nível elevado. “Em 2017 o tema principal do GTCI centra-se no talento e na tecnologia. Contrariamente a algumas previsões sobre um 'futuro sem emprego', as análises e os capítulos presentes no relatório deste ano indicam que as pessoas, as máquinas e os algoritmos se encontram em sintonia para criar um futuro laboral onde são dependentes e adquirem novas capacidades”, refere Carla Rebelo, diretora geral da Adecco Portugal.
A edição deste ano revela, assim, que os países europeus continuam a liderar o ranking GTCI, com 16 deles a encontrarem-se no top 25. A Suíça mantém a primeira posição do ranking, sendo que este ano o índice soma ainda três países não europeus entre os 10 primeiros: Singapura, no segundo lugar, Estados Unidos da América, na quarta posição, e a Austrália na sexta.
Os líderes não europeus do ranking tendem a ser países que desenvolvem a sua economia no sentido de se tornarem mais atrativos ao nível da taxa de empregabilidade. As grandes diferenças entre países no que se refere a resultados do índice são fundamentadas pelas diferenças de desempenho em determinadas competências. As economias diferem substancialmente na taxa de retenção e assemelham-se no que se refere às capacidades de crescimento.
No ranking geral, que conta com a presença de 118 países, Portugal assume a 31.ª posição, com uma avaliação de 55,40 pontos, e pertence ao grupo de países com rendimentos elevados. Dentro das seis competências que são analisadas no índice, o nosso país apresenta um bom comportamento ao nível das novas oportunidades, ocupando o 33.º lugar. No que se refere à atratividade de mercado e habilidades globais de crescimento, encontra-se na 27.ª posição.
Ao nível da competência profissional e técnica, Portugal ocupa o 50.º lugar e no que se refere a conhecimentos globais o 35.º. Por fim, e quanto à taxa de retenção, ocupa uma boa posição, destacando-se no 22.º lugar. O pilar com piores resultados para Portugal é a competência profissional e técnica (50), o que significa que o panorama dos trabalhadores deve ser trabalhado de forma a melhorar a este nível.
Em geral, os países entre os 15 primeiros no ranking global do GTCI demonstram um forte desempenho em cada uma das seis competências do modelo.
A tecnologia de que os países dispõem depende muito de como as sociedades e as instituições se adaptam às realidades e necessidades emergentes. No estudo, as políticas de emprego e a educação são os dois principais desafios políticos apontados no crescimento de talento, uma vez que refletem as mudanças emergentes nas organizações, os modelos de trabalho e as capacidades da economia do século XXI.
Entre as competências tecnológicas, a posição de Portugal é pouco favorável, embora em desenvolvimento, uma vez que o sistema de ensino e as próprias empresas estão a procurar crescer.
O trabalho virtual, as redes sociais e o espírito empreendedor são competências que têm vindo a ser desenvolvidas por parte não só das empresas, mas também dos futuros trabalhadores.