O maior desafio que enfrentam os executivos das empresas retalhistas não é encontrar tecnologias em que possam investir, mas sim decidir onde concentrar o seu investimento para obter um crescimento mais rentável. Assim o indica a consultora Bain & Company, que identificou as dez oportunidades mais notáveis que o novo ano oferece ao sector do retalho.
1- A inteligência artificial (IA) já não é uma quimera de Silicon Valley. É um ativo real que está agora disponível para empresas de distribuição, que os pode ajudar a melhorar tanto a experiência do cliente como as operações.
2 - Automatização dentro da loja. Esta secção refere-se a melhorar a produtividade com robots, sensores e câmaras instaladas no interior dos estabelecimentos. É verdade que a automatização de trabalhos e serviços não é novidade, mas é o rápido declínio no custo das tecnologias chave que está a acelerar a sua execução.
3 - Segurança cibernética. A proteção dos consumidores e a sua confiança é essencial. Com a incorporação da cidadania às tecnologias digitais, cada vez mais delinquentes estão a agir na rede. Os ataques informáticos estão a aumentar em número e sofisticação, ameaçando um dos bens mais valiosos do sector: a confiança do consumidor.
4 - Preparação para acontecimentos inesperados. No mundo conectado de hoje, os eventos surpreendentes contam com o poder de disseminação das redes sociais e podem apanhar os retalhistas desprevenidos. O sucesso exige que os gestores considerem uma ampla gama de cenários e desenvolvam planos para minimizar os efeitos de acontecimentos negativos e maximizar os benefícios das oportunidades.
5 - Opções de saúde e bem-estar mais cómodas para o consumidor. Muitos consumidores dizem que estão preocupados com a sua saúde e bem-estar e um grande número deles está disposto a pagar mais por isso. Entre 2006 e 2016, as vendas de alimentos embalados orgânicos têm crescido dez vezes mais do que o total de alimentos embalados. Este crescimento está a ocorrer apesar dos custos mais elevados, visto que os alimentos orgânicos são quase 50% mais caros, em média, do que o resto. A tendência para a saúde vai continuar e é essencial ser responsável com as preferências do consumidor.
6 - Foco nos consumidores nativos do digital. Os Millennials compram duas vezes mais por semana através da Internet que os consumidores da geração do "baby boom" e quase nove vezes mais através dos seus smartphones. Além disso, quase um quarto dos nativos digitais espera uma resposta do serviço ao cliente através das redes sociais em dez minutos. Grandes empresas como a Starbucks ou Apple estão a entender essa nova dinâmica.
7 - Economia partilhada, com alugueres, trocas e empréstimos. A economia partilhada é a criação de opções de serviço mais flexíveis. Estes novos modelos de negócios não só vão beneficiar o consumidor. Os retalhistas também podem acolher estes serviços de economia partilhada, a fim de responder às novas expectativas dos clientes. Por exemplo, em vez de assinar alugueres de longa duração, mais e mais retalhistas estão a apostar em lojas pop-up.
8 - Atenção à inovação dos concorrentes insurgentes e startups. Os retalhistas combatem uma série de rivais digitais, que beneficiam das pequenas barreiras à entrada com o objetivo posto em segmentos de alto valor. Usando o marketing digital e serviços partilhados, estão a vender online diretamente aos consumidores, com foco em categorias de maior margem e alto valor agregado. O que podem fazer os distribuidores para competir? Precisam de combinar a mentalidade de uma startup e a influência de uma central de escala.
9 - Alianças e parcerias com terceiros para aumentar a gama de serviços. Os retalhistas podem importar ideias de uma ampla variedade de especialistas de classe mundial para melhorar a velocidade, aumentar a eficácia e reduzir os custos de inovação. As alianças permitem aos distribuidores fazer o maior número de sinergias, concentrando as suas fontes de inovação nos seus próprios poderes. As parcerias podem ser feitas com as empresas de tecnologia (como BMW com Google) ou com os principais influenciadores (como Kanye West e Adidas ou H&M com Balmain).
10 - Realidade aumentada (RA). Permitindo que os consumidores experimentem os produtos virtualmente antes de comprar, os distribuidores podem reduzir os custos associados com as devoluções, assim como aumentar a conversão do cliente. Operacionalmente, os retalhistas podem visualizar através de RA o desenho das suas lojas, o que os pode ajudar a melhorar as suas decisões de localização, assim como a otimizar o merchandising visual. A RA pode eliminar momentos de sofrimento para os consumidores e aumentar a capacidade para os surpreender.