A Jerónimo Martins irá resistir à decisão do Governo polaco em proibir o comércio ao domingo, não obstante a previsível perda de 2,1 mil milhões nas vendas a retalho.
Os analistas do Haitong consideram que a decisão do Governo polaco em proibir o comércio ao domingo vai ter um forte impacto na atividade retalhista naquele país de Leste, onde a Jerónimo Martins atua com a sua insígnia Biedronka.
O retalho será mesmo, segundo o Haitong, o sector de atividade na Polónia mais afetado com esta decisão do Executivo local, prevendo um impacto negativo de 2,1 mil milhões de euros nas vendas a retalho, como adianta um estudo da PwC. Mas a Jerónimo Martins irá resistir a este impacto, com os analistas a anteciparem uma adaptação dos hábitos de compra de bens alimentares por parte dos consumidores polacos, que passarão a realizar as suas compras nos outros dias da semana.
O que minimizará, segundo o Haitong, o impacto da medida, em função da progressiva fase de ajustamento por parte dos consumidores, já que, e no caso da Biedronka, o seu “core business” são os bens alimentares básicos, o que poderá levar a que impacto nas contas da insígnia seja neutro.
De acordo com a PwC, o retalho deverá ser o sector de atividade mais afetado com a proibição do comércio ao domingo por parte do Governo de Varsóvia, com a consultora a estimar o impacto da medida em 2,1 mil milhões de euros, 1,4% do total de vendas a retalho. A quebra de receitas deverá levar à perda de 36 mil postos de trabalho.
O Haitong recorda, ainda, que este cenário negativo já levou ao adiamento desta decisão por várias vezes, mediante o seu previsível impacto no mercado de trabalho e nas receitas fiscais, conforme avança o Económico Online. Por outro lado, a mesma fonte recorda as pressões existentes para a subida do aumento dos salários em função da taxa de desemprego historicamente baixa, sendo, assim, mais fácil de acolher o impacto decorrente da promulgação desta medida.