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Miró endividou-se para financiar outras empresas do grupo
2016-12-02

A histórica cadeia de eletrodomésticos espanhola Miró endividou-se com créditos “injustificados” e “atípicos”, que a descapitalizaram e resultaram na sua insolvência.

A cadeia pediu dinheiro emprestado à empresa de capital de risco Gordon Brothers, sediada nos Estados Unidos da América, à qual pagou juros de 20%, muito acima da média do mercado.

Segundo o Economía Digital, a dívida da Miró tinha por objetivo financiar a sua atividade corrente e a aquisição de stock, mas o dinheiro acabou por ir para outras empresas da Springwater, fundo de capital de risco suíço, mas cuja casa-mãe tem sede no Luxemburgo. Este fundo, dirigido por Martín Gruschka, gere em Espanha dezenas de empresas, entre as quais a Miró, Pullmantur, Wamos, Peggy Sue e Unipapel.

Os créditos recebidos pela Miró são coincidentes com o dinheiro entregue a outras empresas do grupo. A cadeia catalã atingiu o nível máximo de endividamento em setembro de 2015, quando acumulou maquis de 12 milhões de euros. este sobreendividamento acabou na sua asfixia e incapacidade de investir em mercadoria.

A Economía Digital adianta que, após financiar as outras empresas do grupo, a Miró acabou por receber o dinheiro, mas já tarde demais para assegurar a sua viabilidade. Seguiu-se a insolvência, encerramento das lojas e despedimento coletivo.

Esta informação consta do relatório do administrador de insolvência a que o jornal espanhol teve acesso.

Recorde-se que a Springwater comprou a Miró em 2011 por três milhões de euros. Foi anunciado um ambicioso plano de expansão de 34 novas lojas e uma faturação prevista de 175 milhões de euros ao ano, metas que nunca chegaram a ser alcançadas.

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L.Branca/PAE

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