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Portugueses mais preocupados com a saúde
2016-09-12

De acordo com o estudo Global Health and Ingredient-Sentiment, desenvolvido recentemente pela Nielsen, os portugueses demonstram, na escolha de produtos alimentares, uma preocupação com a saúde superior à da média europeia.

Com efeito, 79% dos consumidores nacionais acreditam que as refeições preparadas em casa são mais saudáveis do que as pré-confecionadas. 78% estão preocupados com os efeitos a longo prazo do consumo de ingredientes artificiais e 74% fazem atualmente opções alimentares a pensar na sua saúde e na prevenção de doenças como a obesidade, diabetes, colesterol e hipertensão. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), doenças crónicas como o diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e cancro serão em 2020 responsáveis por 73% das mortes, um aumento significativo face ao ano de 2001 (60%).

Segundo o diretor geral da Nielsen Iberia, Gustavo Núñez, "para além das questões médicas, os consumidores estão cada vez mais consciencializados relativamente à sua saúde e, de facto, todos os produtos considerados saudáveis e que proporcionem bem-estar demonstram um excelente comportamento. E este é precisamente um nicho de mercado muito propenso à inovação. Um produto inovador tem de cobrir necessidades não satisfeitas e existe muito espaço para crescimento quando, num terço nos lares, por exemplo, se segue algum tipo de dieta especial que podemos satisfazer".

De acordo com este estudo, 35% dos portugueses praticam dietas que limitam ou proíbem o consumo de açúcar e 32% o consumo de gordura (contra uma média europeia de, respetivamente, 22% e 20%).

As alergias e intolerâncias alimentares são também uma realidade cada vez mais presente: 12% dizem ser eles próprios, ou alguém no seu seio familiar, alérgicos ou intolerantes aos lacticínios ou à lactose, 8% ao marisco e 4% ao trigo/glúten e aos amendoins.

Os consumidores portugueses procuram evitar todos os produtos que contenham substâncias artificiais, acreditando que o corte nestes alimentos será benéfico para a sua saúde ou a da própria família.

Por outro lado, os consumidores portugueses procuram incluir na sua alimentação as carnes brancas (69%), o peixe e frutos do mar (67%) e os ovos (64%). Estes ingredientes são incluídos pelos europeus, em média, numa menor proporção: 50% procuram as carnes brancas, 52% o peixe e frutos do mar e 43% os ovos.

No que diz respeito aos produtos que os consumidores gostariam de ver nas prateleiras das lojas, 64% dos portugueses escolhem os produtos 100% naturais, 53% os "sem corantes" e também 53% os produtos com pouco ou nenhum açúcar. A gordura também é uma preocupação: 49% gostariam de encontrar mais produtos com baixo teor de gordura. Em todas estas possibilidades, os europeus revelam menor interesse de compra.

Relativamente aos novos produtos especialmente direcionados para necessidades ou preferências alimentares específicas, 41% dos portugueses admite escolher ingredientes que lhes proporcionem novas experiências, 25% preferem aqueles que imitam produtos existentes (por exemplo, pão sem glúten ou leite de soja) e apenas 34% admitem não comprar este tipo de artigos (contra 55% na União Europeia).

Tendo em conta as necessidades e preferências alimentares mais saudáveis dos portugueses, 97% revelam estar satisfeitos com a oferta disponível.

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L.Branca/PAE

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