O grupo turco Yildirim passa a liderar a atividade hinterland dos portos em Portugal, depois de concretizada a compra das concessões portuárias do grupo Tertir e a empresa de logística Transitex, um negócio montado pelo Banco Finantia no valor 300 milhões de euros (equivalente a 553 milhões e euros numa base Enterprise Value (100%)).
Os oito terminais de contentores da Tertir têm uma capacidade anual de movimentação de contentores de 2,7 milhões TEUs, tendo os restantes dois terminais de carga fracionada e granéis uma capacidade anual de aproximadamente 4,5 milhões de toneladas. “Esta transação representa o maior investimento de sempre feito por uma empresa turca em Portugal e o maior investimento estrangeiro de sempre na atividade portuária em Portugal”, sublinha Gonçalo Botelho, vice-presidente da comissão executiva do Banco Finantia e principal responsável pela transação. “É intenção do Grupo Yildirim no futuro reforçar igualmente o seu compromisso de investimento nos portos portugueses de forma a aumentar a sua atividade, competitividade e fluxo de negócios”, acrescenta.
A concretização do acordo, inicialmente alcançado em setembro de 2015 entre o grupo Yildirim turco, a Mota-Engil e o Novo Banco, só agora foi possível por ter sido necessário obter a aprovação da Autoridade da Concorrência e efetuar algumas operações de reorganização societária.
Com esta transação, o Grupo Yildirim adicionou dez terminais portuários à sua carteira de negócios portuários (Yilport): sete localizados em Portugal, dois em Espanha e um no Perú. A Yilport passa a deter uma capacidade total anual de movimentação de contentores de 10 milhões de TEUs e uma capacidade anual de movimentação de granéis sólidos de 22 milhões de toneladas, mantendo a sua atual capacidade de carga líquida e Ro-Ro, devendo passar a constar na lista dos 10 maiores operadores de terminais de contentores a nível mundial.
Portugal, como país mais ocidental da Europa, tem um enorme potencial para poder vir a beneficiar do aumento previsto das trocas comerciais através do canal do Panamá, valorizando a Yilport igualmente as importantes relações geopolíticas que o país tem com África e América Latina.