40% das promoções realizadas em Portugal não se traduzem em qualquer incremento ao nível da referência e apenas uma em cada quatro gera aumento das vendas na categoria a que pertence, de acordo com os dados avançados pela Nielsen em conferência de imprensa realizada esta terça-feira, dia 15 de março.
Fenómeno que acontece não obstante se ter verificado uma duplicação da atividade promocional nos últimos cinco anos. Em 2010, 21% das vendas de hipers e supermercados eram feitas em promoção. No ano passado, este indicador cresceu para 41%, aumentando 4% face a 2014.
De acordo com a consultora, os portugueses são dos povos europeus mais “obcecados” por promoções, com valores acima da média europeia. 40% dos lares representam 78% das vendas em promoção e cerca de 50% do consumo total em hipers e supermercados.
Os descontos oferecidos estão também cada vez maiores. Entre 2014 e 2015, o desconto de 50% ou mais cresceu de 34% para 37% do total, mas a eficiência gerada por esta modalidade está a diminuir. Se em 2012/2013, gerava um aumento das vendas de 10,5%, em 2014/2015 esse incremento desceu para 7,6%. O que permite concluir que as promoções continuam a ser importantes, mas o panorama global começa a dar sinais de esgotar, ou perder eficiência, em algumas categorias.
Face a este cenário de intensa atividade promocional, a deflação está muito presente no universo dos bens de grande consumo. No último trimestre de 2015, este mercado cresceu 0,9%, catalisado pela evolução das marcas de fabricante, que apresentaram uma variação positiva de 3,8% nas vendas em valor em 2015 e que dão, assim, continuidade à recuperação das vendas em valor já ocorrida em 2013 (+2%) e 2014 (+0,4). Por oposição, as marcas próprias e primeiros preços têm vindo a perder peso no cabaz de compras dos portugueses. Em 2012, representavam 37% das vendas em valor, mas em 2015 a sua quota de mercado desceu para 33,9%