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Turismo impulsiona lojas de rua na Baixa de Lisboa e do Porto
2016-02-25

O crescimento do turismo em Lisboa e no Porto tem vindo a beneficiar o comércio de rua nas duas cidades, com especial destaque para as zonas da Baixa, onde, em 2015, as rendas "prime" nas lojas cresceram substancialmente.

De acordo com o último Market Pulse da JLL, referente ao quarto trimestre de 2015, as rendas de retalho na Baixa de Lisboa encerraram 2015 nos 85 euros por metro quadrado por mês (euros/m²/mês), evidenciando um crescimento de 42% face 2014, enquanto na rua de Santa Catarina, eixo central da Baixa do Porto, a renda "prime" para as lojas alcançou os 50 euros/m²/mês, praticamente o dobro em relação ao valor registado no ano anterior. “A Baixa de Lisboa é a zona comercial da cidade que mais tem beneficiado com o turismo e, como é junto deste público que muitos retalhistas querem estar, temos vindo a assistir a um crescimento da procura por lojas, especialmente na rua Augusta”, explica Patrícia Araújo, Head de Retail da JLL Portugal. “Isso se tem refletido no gradual aumento de rendas ao longo de 2015”, acrescenta.

Quanto ao Porto, “também está no radar dos retalhistas e, pela mesma razão de incentivo turístico, a rua de Santa Catarina, principal eixo da Baixa e coração do comércio de rua na Invicta, tem sido muito procurada. Em resultado, as rendas têm registado um aumento muito expressivo, embora seja de assinalar que a base era relativamente baixa”, complementa Patrícia Araújo.

Em Lisboa, a JLL refere que esta procura se defronta com uma menor disponibilidade de espaços, o que impulsionou as rendas "prime" em praticamente todos os principais destinos de compras. Além da Baixa, as rendas subiram também no Chiado (9% para os 120 euros/m²/mês), na Avenida da Liberdade (6% para os 90 euros/m²/mês) e no Príncipe Real (14% para os 40 euros/m²/mês). Só na rua Castilho as rendas recuaram (33% para os 30 euros/m²/mês), o que, de acordo com a JLL, se deve à diminuição da procura por este destino e à saída de algumas marcas.

O Chiado continua a liderar nas rendas e encontra-se plenamente ocupado, sem lojas disponíveis nos principais eixos, enquanto a Avenida da Liberdade tem agora alguma disponibilidade de espaços devido à introdução de novos projetos de reabilitação que contemplam lojas no embasamento. Para breve neste eixo está prevista a abertura da primeira loja Bulgari e o regresso da Versace a Lisboa.

No Porto, além da rua de Santa Catarina, também está a surgir procura pela zona dos Clérigos e dos Aliados, onde começam a aparecer algumas unidades de comércio com um posicionamento premium. Para Patrícia Araújo é de esperar que “continue a verificar-se um interesse crescente pelas lojas de rua nos planos de expansão de operadores nacionais e internacionais. Temos já conhecimento de novas marcas internacionais que planeiam abrir lojas em 2016 e, além disso, marcas já conhecidas que apostam em novos conceitos, especialmente em restauração”.

Em Lisboa, refere Patrícia Araújo, “vamos continuar a assistir à consolidação das zonas principais de comércio e também à reemergência de outras áreas comerciais que já se distinguiram no retalho de rua noutras décadas. Mas em 2016, a grande nota do comércio de rua vai para o Porto. Prevemos que a mudança e renovação que se verifica, desde há alguns anos, neste tipo de comércio em Lisboa chegue em força à Invicta, muito graças ao turismo que está em crescimento na cidade e que está a ter um impacto muito positivo na performance deste segmento, quer em termos reais quer em termos do potencial que ainda pode concretizar-se”, termina.

Os mercados de investimento e escritórios, também analisados neste relatório, também revelaram performances muito positivas durante 2015. O volume de investimento em ativos comerciais atingiu 1,8 mil milhões de euros e a "yields" atingiram os mínimos de mercado. Nos escritórios, 2015 foi um ano de consolidação, com um crescimento de 14% face ao ano anterior e as rendas também começaram a subir.

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L.Branca/PAE

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