Empresários europeus solicitam à UE que se concentre nas áreas políticas de fortalecimento em vez da sua expansão
No seguimento do último alargamento da União Europeia (UE), que incluiu a Bulgária e a Roménia, os empresários europeus afirmam que esta deve agora dar prioridade às políticas de fortalecimento. Assegurar a conformidade da legislação já existente, harmonizar os impostos, reforçar a Política Externa e de Segurança Comum e desenvolver o mercado interno em todos Estados-Membros, são algumas das reivindicações aferidas pela 16ª edição do UPS Europe Business Monitor.
1.450 gestores de topo de sete países europeus foram inquiridos sobre uma variedade de temas com impacto nos negócios europeus. Apenas uma pequena minoria destes inquiridos concordam com uma maior expansão da União.
Para os empresários europeus, deve estar no topo da lista de prioridades a garantia dum plano de acção equilibrado para todos os países. Quando inquiridos quanto à forma como a UE deverá preparar a sua agenda com o alargamento para 27 membros, mais de metade dos inquiridos (52%) responderam "dever assegurar-se a conformidade da legislação já existente em todos os Estados-Membros". Esta prioridade é também apoiada, por pelo menos, metade dos inquiridos em cada país, excepto nos Países Baixos, onde é apenas mencionado por um em cada três inquiridos (29%). O maior apoio para a completa conformidade vem dos alemães (60%).
O tema com mais predominância nas mentes dos empresários europeus em 2003, a harmonização dos impostos no mercado interno, desceu este ano para segundo lugar, com uma queda de 12 pontos percentuais (47%). No entanto, este tema mantém-se no topo das prioridades dos inquiridos da Bélgica, França e Espanha.
Novamente, a contrariar esta tendência surgem os empresários do Reino Unido, na qual a reforma da Política Agrícola Comum permanece no topo de prioridades de agenda, com mais de metade dos inquiridos (53%) a darem prioridade a este tema. Os executivos nos Países Baixos também diferem ao escolherem como maior prioridade a continuação do desenvolvimento do mercado interno (41%). No entanto, ao contrário dos inquiridos do Reino Unido, as prioridades dos inquiridos dos Países Baixos é, de uma maneira geral, similar às prioridades de outros empresários da Europa Continental. Apesar de não constar no topo da lista, a continuação do desenvolvimento do mercado interno continua a receber níveis de apoio similares noutros países.
Quase fora do inquérito está o tema da expansão da União no futuro, com um total de apenas oito por cento dos inquiridos a mencionarem, panorama parecido que aconteceu em 2003 (10%). Com 14 por cento,, este aspecto recebe forte apoio pelos inquiridos do Reino Unido, sem alterações no nível de apoio expressado há três anos atrás. Embora o ressuscitar da Constituição surja na lista de prioridades dos empresários europeus, em segundo lugar a contar do fim (28%), este tema entusiasma vários pontos de vista por toda a Europa, com um maior apoio verificado em França (43%), ironicamente, um dos dois países que votaram contra em referendo.
Os empresários europeus consideram que a União Europeia tem, actualmente, um papel mais activo no mundo, com seis em cada 10 dos inquiridos (61%) a indicarem que a UE desempenha um papel mais importante do que há dez anos atrás. Uma considerável minoria (26%) acredita que o papel da União Europeia se manteve igual na última década, ao passo que um em cada dez (13%) considera que o mesmo enfraqueceu no mesmo período. Os inquiridos na Alemanha são os que mais consideram que o papel da União Europeia no mundo se intensificou (72%), enquanto os inquiridos na França são os mais inclinados para afirmar que diminuiu (19%). Independentemente da opinião sobre o desenvolvimento do papel da Europa no mundo, com 38 por cento de respostas e indicado no terceiro lugar na lista de prioridades, um número significativo de empresários europeus deseja que União Europeia reforce a Política Externa e de Segurança Comum.
Quando questionados sobre o Estado-membro que mais beneficiou com a entrada na União Europeia, não há qualquer divergência. Espanha surge como clara vencedora no ponto de vista dos empresários europeus (44%), com 17 pontos à frente do outro país mais citado. A posição cimeira da Espanha resulta do forte apoio por parte dos inquiridos em França (54%), Bélgica (50%) e Itália (43%), mas particularmente devido às opiniões dos próprios em Espanha. 70 por cento mencionaram o seu próprio país.
Para os empresários na Alemanha, o país que mais beneficiou foi a vizinha Polónia, que surge em segundo lugar da lista, mencionada por 27 por cento dos inquiridos por toda a Europa, apesar de ser membro há relativamente pouco tempo. É também referido mais vezes (31%), do que qualquer outro país pelos empresários dos Países Baixos. Mais uma vez, os empresários do Reino Unido tiveram opiniões diferentes dos membros do Continente, afirmando que o país que mais beneficiou foi o seu país vizinho, a Irlanda (37%).