Recuperação da actividade de investimento imobiliário no sector comercial em 2013
2013 foi o ano de recuperação da actividade de investimento imobiliário no sector comercial, segundo a consultora imobiliária global Cushman & Wakefield (C&W). Invertendo a evolução negativa que se verificava desde 2008, o ano de 2013 trouxe ao mercado de investimento imobiliário alguns sinais de retoma da confiança dos investidores.
As estimativas provisórias de fecho de ano para o volume de investimento em activos de imobiliário comercial em Portugal (excluindo eventuais transações de Fundos de Investimento Nacionais durante o mês de Dezembro) apontam para um total de 289 milhões de euros, quase o triplo do volume registado em 2012 e 60% acima dos 167 milhões de euros transaccionados em 2011. Ainda assim, estes são volumes abaixo da média dos últimos dez anos, que se cifrou próxima dos 600 milhões de euros.
Estes valores estão em linha com as expectativas formuladas pela C&W no final do primeiro semestre do ano, que apontavam já para uma maior procura de activos imobiliários por parte dos investidores. De acordo com Luís Rocha Antunes, “partner“ e director do departamento de investimento da consultora, “a acalmia no mercado de dívida pública, as melhorias nos indicadores económicos, bem como o bom comportamento de Portugal no programa de ajustamento, foram importantes contributos para a recuperação do mercado, que se irá seguramente manter e mesmo acentuar ao longo de 2014. Contudo, a perspectiva dos investidores é ainda revestida de alguma cautela, nos pressupostos de sustentabilidade das rendas e na exigência de taxas de retorno, que devem ainda compensar a tomada de risco acima da média europeia e as ainda dificuldades no acesso ao crédito.”
Apesar de o investimento estrangeiro se ter mantido em volumes reduzidos face ao passado, representando 29% do total investido, o ano foi caracterizado pelo regresso ao mercado dos fundos de investimento imobiliário alemães, tidos como mais avessos ao risco. Em relação ao tipo de investidores nacionais no mercado, os fundos de investimento portugueses foram os mais activos em termos de número de transacções, sendo responsáveis por 27% do volume total investido. O volume médio por negócio de investimento comercial confirma o maior dinamismo no mercado e situou-se nos 15 milhões de euros, em linha com a média dos últimos dez anos.
O maior negócio do ano foi a compra dos restantes 50% do centro comercial CascaiShopping por parte da Sonae Sierra à britânica Rockspring, o que impulsionou a primazia do sector de retalho durante 2013, responsável por 58% do total de investimento comercial. O sector de escritórios foi o segundo com maior peso e também onde se verificaram as maiores transacções do ano, nomeadamente a compra do Báltico Office Center pelo fundo imobiliário alemão Deka à Mota-Engil por 43 milhões de euros e a compra, por parte do investidor suíço AFIAA por cerca de 30 milhões de euros, dos edifícios Espace e Explorer no Parque das Nações. Neste último negócio, a C&W actuou em nome do vendedor dos edifícios, a TMW Pramerica Property Investment GmbH, uma subsidiária da Pramerica Real Estate Investors.