Causeway Bay em Hong Kong é considerada, pelo segundo ano consecutivo, a localização de retalho mais cara do mundo, tendo a renda chegado aos 24.983 euros anuais por metro quadrado. A 5.ª Avenida, em Nova Iorque, e os Champs Elysées, em Paris, registaram uma subida dos preços das rendas na ordem dos 40%, fixando-se na segunda e terceira posições, respectivamente
Com o crescimento da procura por marcas de luxo internacionais, as rendas na New Bond Street, em Londres, subiram mais de 15%. Esta localização ocupava, no último relatório, a sexta posição sendo agora a quarta localização mais cara do mundo. Já a zona do Chiado, em Lisboa, subiu duas posições no ranking, ocupando agora o 43.º lugar.
O estudo Main Streets Across the World (MSATW), publicado pela consultora imobiliária Cushman & Wakefield (C&W), fornece uma análise do mercado de retalho a nível global, monitorizando e ordenando as 333 localizações de comércio mais importantes, em 64 países. O ranking apresentado é baseado no valor de renda anual mais elevado em cada país analisado, não incluindo custos de condomínio, impostos locais e outras despesas de ocupação.
Embora se tenha registado uma subida das rendas na ordem dos 3,2% a nível global, esta foi ligeiramente inferior se comparada com os 12 meses anteriores em que se registou uma subida de 4,5%. Os valores das rendas em 284 localizações (85%) das 333 monitorizadas no estudo deste ano aumentaram ou mantiveram-se estáveis.
A limitada oferta de lojas na Causeway Bay em Hong Kong, em conjunto com uma elevada concorrência pela procura de espaços entre as marcas de topo e as de gama média convencionais, provocaram um aumento das rendas na ordem dos 14,7% alcançando os 24.983 euros anuais por metro quadrado, um valor nunca antes registado desde o início da publicação deste estudo.
As rendas na 5.ª Avenida mantiveram-se, continuando desta forma a garantir a segunda posição no ranking, com um valor anual a rondar os 20.702 euros por metro quadrado. Com uma distância muito significativa face à 5.ª Avenida, os Champs Elysées ocupam a terceira posição com um valor de rendas anuais de 13.255 euros o metro quadrado. A localização francesa aumentou a sua diferença para as restantes localizações, registando um aumento de 38,5%, o que representa a terceira maior subida a nível global.
As rendas na New Bond Street aumentaram 15,6% para os 8.666 euros anuais o metro quadrado. Assim, esta localização subiu da sexta para a quarta posição, substituindo Ginza (8.152€/m²/ano) em Tóquio que caiu para a quinta posição. Outra grande subida a destacar é a Via Montenapoleone em Milão (7.500€/m²/ano), que registou um aumento de 7,4% nas rendas, o que representou uma subida no ranking da oitava para a sexta posição.
O continente americano foi o que mais cresceu em termos de rendas “prime”, registando um aumento de 5,8%. Mesmo assim, este valor ficou aquém do registado em 2011/2012, em que as rendas cresceram 10,9%. A Colômbia registou o maior crescimento de todo o continente americano com uma subida de 14,6%, enquanto a Argentina assistiu a um aumento de 11,5% ao longo do ano.
Como era expectável, o top 10 das localizações mais caras do continente americano continuaram a ser dominado pelos Estados Unidos.
A Ásia continua a ser uma região que merece especial atenção por parte dos grandes retalhistas internacionais e este interesse traduziu-se num aumento das rendas “prime” em 4,5% no último ano. Hong Kong foi mais uma vez o mercado que mais cresceu na região, no que diz respeito ao preço das rendas “prime”. As rendas aumentaram exponencialmente em três locais de Hong Kong, sendo que estas ocupam a primeira, segunda e terceira posições no que toca aos locais mais caros de todo o continente asiático.
O crescimento das rendas na Europa aumentou no total 2,1%, impulsionadas por sinais positivos da economia em geral. A maior acessibilidade ao financiamento, bem como uma procura muito grande dos retalhistas de luxo, aumentaram de uma forma geral a confiança no mercado. Dos 33 países desta região do globo que fazem parte do estudo, apenas sete registaram quebras no preço das rendas enquanto os restantes 26 viram as rendas estabilizar ou aumentar. O país que se destacou claramente dos restantes foi França que registou um crescimento de 16,3% no ano passado.