Os portugueses estão a reduzir significativamente as suas despesas de Natal. O valor que dispõem para gastar em presentes situa-se agora nos 114 euros, quando em 2011 chegava aos 192 euros, num decréscimo de 40%.
De acordo com um estudo do Observador Cetelem, 50% dos inquiridos em Portugal são peremptórios na resposta “este ano vamos gastar menos do que no ano passado”.
Estes consumidores encontram-se na faixa etária dos 55 aos 65 anos (58%). Os jovens são menos expressivos mas, de qualquer modo, 39% espera reduzir gastos. Na análise por regiões, Lisboa surge como a que tem mais intenções de despender menos dinheiro este Natal do que no anterior (66%). A zona Centro também se destaca por ser a região do país com maior número de indivíduos a afirmar que têm intenções de gastar mais em 2013 do que em 2012 (6% contra uma média de 2%). Como era expectável, é nas classes mais baixas (C2/D) que se encontra o maior número de indivíduos com vontade de reduzir despesas no Natal (55%). Todavia, as classes mais altas (AB/C1) também não pretendem aumentar despesas: 49% irá gastar menos e 41% irá gastar o mesmo.
A análise do Observador Cetelem revela ainda que o valor do presente de Natal mais barato subiu em relação ao ano transacto e passou de 16 euros para 19 euros. Já as intenções de gastos nos presentes mais caros mantêm-se nos 34 euros. O gasto médio por pessoa situa-se nos 29 euros e os portugueses esperam comprar uma média de quatro presentes este Natal.
Este estudo do Observador Cetelem alavanca-se na percepção da perda do poder de compra por parte da maioria dos portugueses (65%) e na noção de que o cenário irá piorar em 2014 (54%). Para além de reduzirem nos presentes de Natal, apenas 11% espera fazer férias fora de casa até ao final do ano e gastar em média 169 euros, valor onde não se incluem presentes e consoadas. O recurso ao subsídio de Natal para as compras de presentes está em queda. Este ano será usado por 49% dos portugueses, um valor inferior a 2011 (82%) e 2012 (63%). Já o número dos que esperam pelas promoções pós-Natal para fazer as compras aumentou face aos anos anteriores. Em 2011 eram 25%, em 2012 foram 18% e este ano já são 33%. 66% dos inquiridos valorizam mais os descontos directos nos produtos para fazer compras natalícias. Em segundo lugar (27%) das preferências está o “cash back” (reembolso de parte do valor que pagou).
Entre os presentes de Natal mais populares, para o próprio incluem-se os smartphones (10%), os electrodomésticos (8%), os telemóveis (5%), os tablets (5%) e a electrónica de consumo (5%). Para oferecer será privilegiado o vestuário (47%), os brinquedos (42%), os produtos culturais como livros e CD’s (26%), os perfumes e os relógios (17%).
As lojas de centros comerciais continuam a ser o local predilecto para fazer as compras de Natal (66% pretendem fazê-las lá). Seguem-se os hipermercados (46%) e as lojas de comércio tradicional (44%).