Os dados do estudo Target Group Index (TGI) da Marktest, que analisa consumos e posse de bens e serviços dos portugueses, confirmam uma retracção do consumo para grande parte dos bens FMCG (Fast Moving Consumer Goods) e non FMCG nos últimos cinco anos.
De acordo com a análise de tendências TGI, o consumidor, para além de responsável e vítima da quebra generalizada de consumo, é hoje mais ponderado e informado que em 2008, tendo alterado os seus comportamentos de compra e a sua percepção perante a economia. Estas alterações destacam-se sobretudo por uma gestão mais ponderada do orçamento disponível, sempre com vista à contenção de gastos, existindo uma maior procura por ofertas especiais e artigos de baixo preço, uma maior adesão a vouchers e vales de desconto e a uma compra mais reflectida. Por outro lado, está também menos disponível para pagar mais por qualidade e restringiu as compras por impulso.
Por oposição a Internet e as novas tecnologias ocupam hoje um papel de maior destaque na vida dos portugueses. Se em 2008 apenas 42 por cento dos indivíduos dizia recorrer à Internet como a principal fonte de informação, hoje esse comportamento é referido por quase dois terços (63,3%). Também o Internet Banking, que em 2008 era apenas utilizado por um quarto dos indivíduos, é hoje utilizado por 42 por cento. As compras pela Internet são outro indicador que viu o seu número de utilizadores quase duplicar nos últimos anos, passando de 23,7 por cento para 43 por cento.
Entre o lançamento da vaga TGI 2012 e esta nova “release” TGI de Julho de 2013, com 12 meses de diferença, os dados apontam para um aumento de 8.5 pontos percentuais (p.p.) referentes à posse de smartphone (TGI 2012 – 28,1% | TGI 2013 – 36,6%) e de seis pontos percentuais para a posse de tablet (TGI 2012 – 4,2% | TGI 2013 – 10,3%), existindo assim excepções à retracção generalizada.
A análise centrada no perfil dos detentores de smartphones e tablets revela que existem semelhanças entre os dois. Ambos tendem a ser sobretudo do sexo masculino, jovens ou jovens adultos (15/44 anos), urbanos e pertencentes às classes ABC1. Por outro lado, aqueles que não tendo um tablet tencionam comprar um apresentam um perfil semelhante aos que já têm.
Os smartphones ou os tablets, para além de serem bens em contraciclo com as quebras registadas de outros sectores, são também eles plataformas de comunicação entre pessoas e marcas. Dos 17 grandes sectores de mercado, 280 categorias de produto e mais de 3.000 marcas que o TGI analisa, existem algumas que se revelam mais próximas das preferências dos possuidores de smartphones. A Coca-Cola, a Sumol, a Super Bock, a Nespresso, a McDonald’s, a Pizza Hut, o Centro Comercial Colombo, a Danone e a Mimosa são algumas das marcas que registam uma afinidade positiva com os possuidores de smartphone, com valores de consumo superiores aos registados junto do universo 15/64 anos Portugal Continental.
De acordo com a análise de tendências TGI, e analisando os smartphones, observa-se que as marcas Samsung, Huawei e Apple foram as que mais cresceram no último ano, utilizando maioritariamente dois sistemas operativos distintos: Android e iOS.
A análise de consumo de meios TGI revela ainda que, apesar dos canais generalistas serem os mais vistos, quase três quartos dos indivíduos que possuem um smartphone preferem os canais temáticos de notícias, séries ou filmes e cerca de 40 por cento destes afirma ainda que a sua programação favorita são as séries.
Com a cortesia da Grande Consumo.