A Dixons Retail recebeu uma oferta “irrecusável” da holding industrial alemã Mutares A.G. para a compra da PIXmania. O negócio poderá ficar concluído após o período de consulta ao Comité da Empresa, que agora se inicia, de acordo com a legislação laboral francesa.
Na preparação desta oferta de compra, a Mutares elaborou um forte plano para a manutenção das actividades de comércio electrónico da PIXmania. No âmbito do acordo, a Dixons desembolsaria um montante de 69 milhões de euros, em dinheiro, destinado a apoiar o plano da Mutares e ao financiamento continuado da empresa. “Acredito firmemente que a Dixons tem êxito quando oferece aos seus clientes uma proposta multicanal totalmente integrada e nas áreas em que é líder de mercado. Para ser bem-sucedida como “pure player” de comércio electrónico, a PIXmania necessita de um vigor empreendedor distinto. Por isso me congratulo por ter encontrado uma solução que oferece perspectivas de um bom futuro para a PIXmania fora do grupo”, comenta Sebastian James, director executivo da Dixons Retail a propósito da oferta. “O grupo Mutares tem um sólido percurso na melhoria e recuperação de empresas, assim como experiência empresarial em França. Se as negociações progredirem, irão adquirir uma PIXmania com um bom balanço financeiro e uma equipa de gestão excelente”, acrescenta.
Abre-se, assim, um novo capítulo para a empresa que, no início deste ano, fechou todas as suas lojas físicas e centros de recolha no mercado europeu. A decisão implicou a renúncia ao desenvolvimento de uma estratégia multicanal e uma reestruturação que reduzia o negócio da PIXmania ao espaço virtual em 14 mercados europeus.
Esta oferta foi anunciada na apresentação dos resultados relativos ao primeiro trimestre da Dixons Retail, exercício terminado a 31 de Julho, em que as vendas, numa base comparável, aumentaram dois por cento e em que o volume de negócios da PIXmania caiu 37 por cento em moeda local.
A Dixons também anunciou a venda da ElectroWorld, as suas operações na Turquia, à Bimeks, um dos líderes turcos no retalho de electrodomésticos e electrónica de consumo. Este negócio deverá estar finalizado no final deste ano e está sujeito à aprovação e condições impostas pelas autoridades competentes em matéria de concorrência. A Dixons deverá receber dois milhões de libras ao longo de dois anos.
Comentando estes dois negócios, os analistas caracterizam-nos de um “cenário de sonho”. Isto porque apesar do negócio “core” da Dixons no Reino Unido estar a ter um bom desempenho após o encerramento da concorrente Comet, os prejuízos apresentados pela PIXmania e pela ElectroWorld pesam fortemente nos resultados do grupo. A venda destas divisões permitirá à Dixons focar-se nas suas operações no Reino Unido, facto que está a ser bem acolhido pelos investidores, tendo feito as suas acções dispararem 10 por cento esta quinta-feira. Os analistas também já reviram em alta as suas projecções para os resultados finais da Dixons, com a WH Ireland a estimar uma subida de 18 por cento para 2015 e 13 por cento para 2016.
