Os accionistas da Kering, antigo grupo PPR, aprovaram esta terça-feira, dia 18 de Junho, o projecto de introdução na bolsa de valores da Fnac. A primeira cotação acontece, tal como previsto, esta quinta-feira, dia 20 de Junho. Dia histórico para a insígnia, que sai da esfera de influência da Kering e se torna autónoma.
O princípio para a colocação da insígnia na bolsa foi aprovado com mais de 99,6 por cento dos votos. Segundo François-Henri Pinault, a cotação vai permitir à Fnac ganhar autonomia, mas beneficiando, ao mesmo tempo, do apoio do seu accionista de referência, o grupo Artémis. A "holding" da família Pinault vai conservar 39 por cento do seu capital durante três anos, o que, segundo François Henri Pinault, vai permitir implementar o seu plano de desenvolvimento. “É importante que a Fnac beneficie de um accionista de referência, mas também deve tornar-se independente”, argumenta. O presidente da Kering confia na capacidade desta sociedade “em ultrapassar com sucesso as próximas etapas do seu desenvolvimento”.
Também Alexandre Bompard, director geral da Fnac, está confiante neste processo que vai tornar a Fnac independente. “Estamos a construir um modelo robusto e estruturalmente rentável para uma insígnia que dispõe já de activos importantes para superar os desafios que se lhe colocarem”. Entre os activos destacados pelo “patrão” da Fnac estão a sua larga base de clientes, os aderentes, a rede de lojas multiformato e um site que está no top 3 francês.
Não obstante, a operação junto dos investidores é delicada, até porque a cotação da Fnac em Bolsa não tem como objectivo o seu financiamento mas sim a “limpeza” do balanço da Kering dos maus resultados das suas filiais de distribuição comparativamente ao seu negócio de luxo, onde se quer centrar. A valorização da Fnac em 365 milhões de euros corresponderá a um preço de referência por acção de 22 euros. Mas analistas acreditam que os investidores deverão esperar a baixa de preço resultante da saída dos accionistas da Kering do seu capital para começarem a comprar títulos. De acordo com o jornal Challenges, poucas horas após o início da sua cotação na Nyse Euronext, os títulos da Fnac estavam já a cair 12 por cento.
