Portugal está entre os países da Europa onde os consumidores mais pensam revender objectos ou produtos de que não necessitam. 83 por cento dos portugueses afirma que o pondera fazer cada vez mais.
Quando questionados se têm por hábito comprar produtos de ocasião na Internet, em vendas de garagem ou usados, apenas 45 por cento responde afirmativamente, uma percentagem abaixo da média europeia (59%). Estes dados integram o Barómetro Europeu do Observador Cetelem, agora apresentado e que faz uma análise às novas tendências de consumo nascidas numa Europa em crise e que definem o “consumidor em modo alternativo”. “Há vários anos que o consumidor europeu está em modo de “gestão de crise”. Primeiro a crise financeira, depois a crise económica e, finalmente, a crise das dívidas soberanas, não foi poupado a nenhuma. As políticas de ajustamento orçamental afectaram o seu poder de compra que, como tudo indica, deverá continuar a diminuir. Perante todas estas contrariedades, o consumidor europeu não permaneceu passivo. Pelo contrário, demonstrou toda a sua reactividade e capacidade de adaptação. Analisou as suas despesas e não hesitou em cortar no que lhe parecia menos útil. Procurando permanentemente as melhores oportunidades, compara meticulosamente os preços e as ofertas antes de se decidir. Trocas, produtos de ocasião, compras em grupo, aluguer, compra ao produtor, permutas de serviços são fenómenos que constituem já uma realidade para muitos europeus. O consumo alternativo vai ocupar um lugar cada vez mais importante nas nossas vidas durante os próximos anos, é o que nos dizem as 6.500 pessoas inquiridas nesta edição de 2013 do Observador Cetelem”, afirma Diogo Lopes Pereira, director de marketing do Cetelem.
Este mesmo estudo mostra que os consumidores têm interesse no aluguer de produtos que não utilizam. 16 por cento dos portugueses mostra-se interessado em alugar os seus equipamentos desportivos ou de lazer e 15 por cento o material de bricolage ou jardinagem. Uma tendência que interessa também a 12 por cento dos portugueses é o aluguer da própria viatura e em percentagem idêntica está o aluguer de electrodomésticos.
O vestuário, sapatos e acessórios são os produtos que os europeus estão menos interessados em alugar (8%). Do mesmo modo, vender o que se produz ou receber prestações ocasionais pela reparação ou pela bricolage são meios dos consumidores rentabilizarem o investimento que fazem em determinados produtos.