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Pesquisa reafirma a importância da loja física com "hub" de interacção com o cliente
2013-05-24

Muitos começaram a apelidar o momento que se vive como o da era do “retalho sem paredes”, pela crescente importância assumida pelo comércio electrónico e pelo “m-commerce”, mas uma pesquisa da Fujitsu revelada esta quinta-feira, dia 23 de Maio, parece desmontar o mito de que as lojas físicas poderiam desaparecer. 65 por cento dos retalhistas inquiridos acredita mesmo que a importância da loja física está em crescendo, não obstante o “online” ser considerado, por 72 por cento, como o modelo de distribuição mais atractivo na actualidade.

A Fujitsu inquiriu gestores de topo de 161 empresas de retalho europeias, incluindo portugueses, sobre o futuro das lojas num ambiente multicanal e estes prontamente confirmaram a importância do ponto de venda, não tanto numa óptica da comercialização de produtos, mas como “hub” central da interacção com um consumidor que está cada vez mais “ligado”. Até porque a crescente pressão competitiva exige que os retalhistas combinem, de forma eficiente, todos os processos, resultando em valor acrescentado para os clientes e para a sua experiência de compra, seja na loja, seja “online” ou via “smartphone”.

Entre os países que mais afirmam a importância da loja física destaca-se Itália e França, com 74 e 68 por cento, respectivamente, mercados onde existe ainda uma forte cultura do comércio de rua. Ao mesmo tempo, apesar do “online” estar bem cotado entre os inquiridos, existem também diferenças nacionais . Para os retalhistas alemães, o “online” é o modelo mais atractivo para os seus clientes, com 81 por cento das respostas, mas para os italianos destacam-se os hipermercados e os supermercados (78%), seguidos de perto pelo comércio de rua (71%). No Reino Unido, há um maior equilíbrio entre os modelos de distribuição.

Neste sentido, apesar da ascensão dos operadores de “e-commerce”, o estudo da Fujitsu confirma que, para os retalhistas europeus, as lojas “brick and mortar” têm um papel-chave no futuro do retalho, não obstante as distintas visões quanto ao futuro deste formato. Muito provavelmente, as lojas permanecerão como o local onde os retalhistas podem proporcionar ao cliente uma experiência física da sua marca, de forma complementar e consistente com a proporcionada pelos canais “online” e “mobile”. A loja é, assim e ainda, o canal fundamental para os retalhistas europeus e para os seus clientes, apesar do seu modelo operacional estar a evoluir para se adaptar às necessidades de um consumidor cada vez mais multicanal. O serviço está a tornar-se, cada vez mais, num valor acrescentado da loja, com 86 por cento dos inquiridos a reiterar que se trata da tarefa mais importante desempenhada pelo ponto de venda físico.

O estudo da Fujitsu vem ao encontro de um outro do Australian Centre of Retail Studies, da Universidade de Monash, apresentado no âmbito do World Retail Congress (WRC) 2012. A pesquisa junto de 219 executivos de topo do sector do retalho revelou que estes não só planeiam aumentar a sua rede de lojas, tanto a nível local como internacional, mas também, e contrariando algumas das mais recentes tendências, fazer crescer a área actual dos seus pontos de venda. 63 por cento dos inquiridos indicou esperar abrir novas lojas no mercado doméstico nos próximos 12 meses e 52 por cento aventurar-se além-fronteiras. Apenas 16 por cento destes executivos adiantou estar a pensar diminuir a área dos seus pontos de venda, contra os 40 por cento que pretende somar mais alguns metros quadrados.

O estudo indica assim que a loja física ainda está na base das estratégias de expansão, não obstante a aposta que está a ser feita no multicanal. Os dados da pesquisa serviram de tópico para um debate realizado no primeiro dia do congresso, sobre como o multicanal está a afectar as redes de lojas físicas. “Uma das tendências que temos notado é que o aumento do retalho omnicanal está a criar a apetência por menos lojas, mas que estas sejam maiores, verdadeiras 'flahships'”, defendeu Peter Gold, consultor na CB Richard Ellis (CBRE). Isto pode significar que alguns dos mercados secundários se irão ressentir fortemente, dado que o foco está colocado nas localizações “prime”.

De facto, uma das notas dominantes no WRC foi de que existem demasiadas lojas para poucos consumidores, aludindo ao facto do número de novos clientes não crescer desde o início da crise financeira. “É um mercado muito competitivo com demasiadas lojas”, sublinhou Philip Green, dono do Arcadia Group, de que fazem parte insígnias como a Topshop e a Topman. “Nos últimos três anos, a Amazon arrecadou sozinha cerca de 30 mil milhões de dólares de um mercado que está estagnado a nível mundial”, reforçou Millard Drexler, CEO da J Crew. “A concorrência aumentou, mas existe menos criatividade, mais cópias de modelos e um foco exagerado no desconto”.

De acordo com Philip Green, num mundo ideal, os retalhistas teriam poucas mais muito boas lojas “flagship”, um menor número de lojas mais pequenas em localizações estratégicas e o negócio “online”.

Gostaríamos também de saber a sua opinião quanto às principais conclusões destas pesquisas, de que daremos dados mais pormenorizados na próxima edição da Revismarket. Serão os resultados congruentes com a realidade nacional? Planeia fazer crescer a sua rede de lojas e aumentar a área de vendas ou, pelo contrário, irá optar por menos e mais pequenos pontos de venda? Que importância tem para a sua empresa uma operação multicanal e o que tem feito nesse sentido? Na sua opinião, como vai ser o futuro das lojas? Envie-nos o seu testemunho para redaccao@revismarket.com e colabore connosco num artigo sobre o futuro do retalho a publicar na próxima edição impressa.


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