Na Alemanha, a Euronics está a assegurar a viabilidade futura dos pontos de venda dos seus associados comprando-os. Segundo o Planet Retail, em Junho, o grupo vai ser, pela primeira vez, proprietário de uma loja Euronics XXL. Negócio possível após os seus associados terem aprovado, no ano passado, a conversão dos seus pontos de venda em lojas próprias da Euronics, quando se concluir que não existe um plano de sucessão viável.
O negócio será efectuado através da subsidiária Euronics Handels GmbH, que irá adquirir o ponto de venda da família Beck. Oliver Beck, gerente da loja, vai manter-se em funções. Este ano, a Euronics prevê repetir esta iniciativa em três pontos de venda alemães.
A continuidade destes negócios familiares é, de resto, uma realidade comum a Portugal e que já foi tema de capa numa edição de 2011 da Revismarket. Há 12 anos, quando iniciámos esta actividade, tínhamos em base de dados cerca de quatro mil lojas de retalho, mas actualmente não chegam aos dois mil, contando já com o comércio associado e especialistas de cozinha. A maioria destas empresas são familiares e muitas estão ainda a cargo do fundador.
Em Portugal, estima-se que entre 70 a 80 por cento das empresas sejam de natureza familiar e que contribuam para 60 por cento do emprego e 50 por cento do Produto Interno Bruto nacional. Um contributo para a economia portuguesa que nada é de desprezar, mas estas empresas deparam-se com desafios que, no entender da Associação Portuguesa de Empresas Familiares (APEF), passam pela profissionalização da gestão, desenvolvendo um modelo de “corporate governance” eficaz e que assegure a sucessão de uma geração para a seguinte. Tanto mais que alguns dos grandes grupos económicos nacionais têm um carácter familiar, casos da Sonae e da Jerónimo Martins, ambas com um caminho de sucessão já traçado.