Um dos maiores retalhistas de electrodomésticos e electrónica de consumo no Reino Unido, a Comet, vai fechar 41 das suas 236 lojas até ao final de Novembro.
A medida, que pode conduzir a um número ainda desconhecido de despedimentos, apenas poderá ser evitada se aparecer um comprador para a cadeia.
A Comet já dispensou 330 trabalhadores da sua sede no início deste mês. A liquidação de stocks já começou em 27 lojas, seguindo-se, no início da próxima semana, noutras 14.
De acordo com a Euromonitor, este cenário era mais que previsível, muito antes da Kesa Electricals praticamente ter dado a cadeia à OpCapita, em Fevereiro, após anos de quebra das vendas e da quota de mercado. Em Julho, a OpCapita avançou que a sua nova estratégia, baseada nos preços baixos, estava a resultar, mas a exigência, por parte dos fornecedores, de pagamento a pronto na preparação da campanha de Natal deu o sinal de que o fim da cadeia estava à vista.
A consultora adianta que, caso a Comet feche, consumidores e fornecedores serão também prejudicados. Os primeiros terão menos escolha e verão os preços subir, consequência de um ambiente de retalho com um menor grau de concorrência. Já os fabricantes terão também dificuldades acrescidas no escoamento da sua mercadoria, com 236 lojas a menos.
Com o fecho das lojas “big box” da Best Buy no Reino Unido e o previsível encerramento da Comet, a Currys pode mesmo vir a ser o único sobrevivente deste género no mercado. A Euromonitor avança que a insígnia terá de encontrar novas fontes de rendimento, já que o que se passou com a Best Buy veio demonstrar que a melhoria da experiência em loja e da qualidade do pós-venda não são suficientes para desviar o foco dos consumidores britânicos do preço. Segundo a consultora, a Currys poderá apostar em parcerias com retalhistas da Internet, que beneficiariam da possibilidade de uma oferta “click and collect”, provavelmente através de um sistema de comissões. De igual modo, o seu estatuto como o último grande “showroom” poderá também gerar alguns rendimentos, alugando espaço de loja aos fabricantes.