Apesar da classe média da Europa Ocidental avaliar favoravelmente a sua situação material (54%), Portugal contraria esta tendência estando os seus consumidores entre os mais insatisfeitos (61%). São também estes consumidores (39%) que consideram que as suas condições de vida são inferiores à dos seus pais quando estes tinham a mesma idade. Estas são as principais conclusões apresentadas pelo Barómetro Europeu do Observador Cetelem, que este ano analisa “As classes Médias na Europa”, mais precisamente o impacto da crise no seu dia-a-dia e quais as suas prioridades para precaver o futuro.
"Na sua edição de 2012, o Observador Cetelem decidiu partir ao encontro das classes médias na Europa. São muito importantes para todas as economias, uma vez que são elas que sustentam principalmente o consumo, muitas vezes o principal motor de crescimento. Não foram poupadas pela crise, pelo que sentem o seu impacto, mas comprovam ter uma capacidade de adaptação impressionante e, sobretudo, revêem as suas prioridades para acautelar o futuro", afirma Diogo Lopes Pereira, director de Marketing do Cetelem.
Mais de 60 por cento da classe média europeia estima que a sua situação actual é pelo menos tão boa como a dos seus pais, sinal de que a crise da década que ela representa não afectou totalmente os progressos geracionais verificados em meio século. No exemplo específico de Portugal, 31 por cento considera que a sua situação material está ao mesmo nível da dos seus pais e 30 por cento afirma que está melhor. A realidade é que, apesar da crise, as condições de vida melhoraram significativamente ao longo de gerações, à medida que as economias se foram desenvolvendo e que o acesso à sociedade de consumo se generalizou. 76 por cento da classe média portuguesa admite que beneficia de um lar mais acolhedor que os seus pais com a sua idade, quer seja em termos de isolamento térmico, de limpeza ou mesmo de dimensão da habitação. 87 por cento chega mesmo a afirmar que a sua habitação está melhor equipada que a dos seus pais, comparando com a mesma fase da vida. No entanto, existe um número de indivíduos significativo (39%) que admite que a sua situação material é pior quando comparada com a dos seus pais, quando estes tinham a mesma idade.