Após o abrandamento da actividade registado no primeiro trimestre, o mercado imobiliário global retomou um ritmo regular de recuperação. Os volumes de investimento recuperaram para os 108 mil milhões de dólares no segundo trimestre, num crescimento trimestral de 24 por cento, evidenciando que os mercados de investimento estão no caminho certo para alcançar os 400 mil milhões de dólares transaccionados em 2012, segundo o relatório trimestral Global Market Perspective da Jones Lang LaSalle.
As perspectivas para a economia global enfraqueceram à medida que as tensões com o euro reemergem. Os mercados da Ásia-Pacífico continuarão a impulsionar o crescimento mundial este ano, contudo, é cada vez mais expectável uma desaceleração.
Num clima de incerteza, os ocupantes corporativos adoptaram uma abordagem de “esperar para ver” no que concerne a sua estratégia de expansão, pelo que os volumes globais de absorção caíram em termos homólogos. As empresas estão cada vez mais a apostar nas transacções de sale & leaseback, à medida que procuram libertar capital.
A actividade de arrendamento melhorou face à acalmia do primeiro trimestre, mas ainda assim continua abaixo dos níveis de 2011, devido ao fraco crescimento do emprego, ao ritmo lento de contratações nas empresas e à revisão em baixa das projecções de crescimento global. Os volumes de absorção brutos para o total de 2012 deverão ficar cerca de 10 por cento abaixo dos registados em 2011.
Por outro lado, a taxa de disponibilidade continua o seu percurso decrescente, com a taxa global a cair para os 13,3 por cento no segundo trimestre, a mais baixa desde 2009. Em termos regionais, o continente americano e a região da Ásia-Pacífico continuaram a observar descidas nas taxas de disponibilidade, enquanto na Europa estas permaneceram inalteradas.
Com a oferta global de escritórios ainda em contracção, o Global Office Index da Jones Lang LaSalle, que monitoriza a performance das rendas de espaços de escritórios prime em 90 mercados, continuou em crescimento, com uma subida de 0,6 por cento durante o segundo trimestre. No segmento residencial, foram registados volumes de transacção elevados na Alemanha e o bom momento foi mantido no mercado de arrendamento de apartamentos dos Estados Unidos. Na Ásia, as vendas residenciais melhoraram na China e em Hong Kong e continuam resistentes em Jacarta, impulsionadas pelo interesse dos investidores, baixas taxas de juro e pelo aumento dos retornos das rendas.
O retalho exibe um cenário menos homogéneo. Enquanto que a China regista uma forte procura e um crescimento saudável das rendas, as condições de mercado estiveram relativamente monótonas nos Estados Unidos. Na Europa, a procura deverá afectar as rendas nas principais localizações de retalho em Londres, Moscovo e Paris, na segunda metade de 2012, enquanto outros mercados europeus permanecerão estáveis de forma generalizada.