Entre Janeiro de 2011 e Março passado foram encerradas 37 lojas da distribuição moderna, uma realidade claramente em contraciclo com a expansão do sector nos últimos anos. Das 37 lojas que fecharam portas, 21 pertenciam ao mercado não alimentar, revela a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED).

Estes encerramentos contribuíram fortemente para a quebra de emprego que se registou em 2011, com menos 6.593 postos de trabalho, 4.222 dos quais na área alimentar e 2.371 na área não alimentar. Em 2010, a realidade foi bem diferente, com a criação de 5.195 empregos.

Para Ana Isabel Trigo Morais, diretora geral da APED, “o sector da distribuição em Portugal atravessa uma grave crise que resulta de uma forte quebra do poder de compra dos consumidores, gerada pelas medidas de austeridade. O consumo em Portugal sofreu alterações profundas e está em queda livre”. Por esta razão, a APED considera que “não há qualquer espaço, por via fiscal, de onerar mais o sector, sob pena de a crise se agravar ainda mais”.

As maiores reduções registaram-se no mercado não alimentar, com descidas acimas dos 20 por cento em vários segmentos, de acordo com o Barómetro de Vendas APED do primeiro trimestre de 2012.