CCP considera que alteração da lei penal que vai incentivar os furtos no comércio
As alterações da Lei Penal no que respeita aos furtos no comércio são alvo das críticas da Confederação do Comércio e Serviços (CCP), que contesta a intenção do Ministério da Justiça fazer depender de acusação particular os furtos nos estabelecimentos comerciais.
As críticas foram formalizadas em carta endereçada à ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz. Para João Vieira Lopes, presidente da CCP, “as reformas na área da justiça são necessárias para tornar os processos mais céleres e eficazes. Contudo, esta medida fará com que muitos comerciantes não cheguem a apresentar queixa por furto face aos custos inerentes ao processo”. A medida anunciada pelo Governo é para a CCP um incentivo ao pequeno furto e ao agravamento da criminalidade, sobretudo num cenário de crise que se tem traduzido num aumento exponencial de furtos em estabelecimentos comerciais e de serviços.
João Vieira Lopes tece ainda críticas à ministra da Justiça que argumenta que cabe aos comerciantes a vigilância e salvaguarda dos produtos que têm em exposição. Para a CCP, “esta é uma postura que conduzirá a que cada pessoa seja responsável pela sua própria segurança e dos seus bens mas também conduzirá a que cada um faça justiça pelos próprios meios, o que não é compatível com a noção de Estado de Direito”.
A CCP manifesta na carta a sua disponibilidade para colaborar com o ministério na procura de uma solução diferente.