De acordo com o último Inquérito de Economia Mundial (World Economic Survey - WES), publicado pela Câmara de Comércio Internacional (CCI) e o Instituto de Investigação Económica de Munique (Institute for Economic Research - Ifo), depois de dois trimestres de declínio sucessivo, a economia global começou a melhorar, apesar de ainda permanecer significativamente abaixo da sua média de longo prazo.
O inquérito de Janeiro abordou 1.129 peritos económicos e instituições académicas em 120 países para analisar os desenvolvimentos económicos actuais e previstos. Enquanto as apreciações da situação actual foram mais negativas do que no último inquérito, realizado em Outubro, caindo de 86 para 84.1, os peritos mostraram uma abordagem semestral mais optimista que levou a um resultado de melhoria genérica, subindo de 71.9 no final de ano para 80.7. “Os últimos resultados confirmam que a tendência cíclica para o declínio da economia mundial ainda está em processo,” afirma Gernot Nerb, director de Inquéritos Empresariais do Ifo. “Mas também confirmam que a perspectiva agora preponderante é de que a volta na tendência será relativamente rápida e moderada na maior parte dos países e não evoluirá para uma recessão.”
O clima económico na Europa Ocidental mudou um pouco. Enquanto a situação económica actual se deteriorou ainda mais, comparada com o último trimestre de 2011, a perspectiva semestral melhorou ligeiramente, embora ainda se verifiquem ligeiros sinais de cepticismo.
Contudo, a perspectiva dominante na Europa Ocidental, tal como em outras partes do mundo, é de que o colapso da zona euro e a recuperação das moedas nacionais poderão agora ser evitadas. “Esta perspectiva, a par da melhoria agora verificada no clima económico global em algumas partes do mundo, especialmente nos EUA, permite-nos razoavelmente esperar que a economia da Europa Ocidental comece a recuperar na segunda metade de 2012”.
A estimativa de inflação para o início de 2012 diminuiu significativamente durante o final de 2011, passando de quatro para 3,5 por cento, segundo demonstra o relatório. Especialistas esperam que as taxas de juro de curto prazo se mantenham inalteradas ou diminuam ligeiramente ao longo dos próximos seis meses.
Em termos de moeda, o relatório indica que o iene, em particular, continua a ser sobrevalorizado. Os especialistas também esperam que a taxa de câmbio do dólar suba ligeiramente no âmbito da média mundial dos próximos seis meses.
Em resposta à pergunta especial da CCI sobre possíveis danos à economia mundial e ao mundo empresarial global caso se verifique o colapso da Zona Euro, e caso todos os países membros voltem às moedas nacionais, a grande maioria dos especialistas consultados vê um perigo de grande dano no curto prazo, ou seja, dentro de um a três anos. Enquanto a maioria dos especialistas consultados na zona euro (57%), na Europa Ocidental (53%) e na Europa Oriental (47%) ainda esperam um grande dano à economia mundial no médio e longo prazo, um número moderadamente maior em todas as outras regiões acreditam que um colapso causaria apenas "efeitos nocivos moderados" em vez de efeitos "muito prejudiciais" no mesmo período. A grande maioria dos participantes concorda, no entanto, que uma solução política poderá evitar que tal colapso aconteça.