Os consumidores portugueses acreditam que o país vai sair da crise, a médio prazo. Apesar de terem das mais baixas expectativas económicas a nível europeu, encaram a situação com algum optimismo, revela uma sondagem do Consumer Climate Europe da GfK, que inquiriu cidadãos de 12 países.

No topo da lista dos países com melhores expectativas económicas estão a Alemanha e a Espanha.

Segundos os dados obtidos, até Dezembro de 2011, as expectativas económicas baixaram acentuadamente na maioria dos países da União Europeia. Os melhores valores indicadores encontram-se actualmente na Alemanha (-0,9 pontos) e em Espanha (-3,6 pontos), seguindo-se, em terceiro lugar e com um valor consideravelmente mais baixo, a Bulgária (-25,5 pontos). No fim da lista estão Portugal (-54,7 pontos), a Grécia (-58,6 pontos) e a República Checa (-63 pontos).

Em Portugal, o desempenho económico desceu significativamente durante o último ano. No terceiro trimestre de 2011 foi de -0,9 por cento, em comparação com o ano anterior, e pensa-se que durante o quarto trimestre a descida terá sido ainda mais marcada. Ainda que tenham continuado baixas, as expectativas económicas dos portugueses recuperaram ligeiramente no último trimestre, subindo de -60,9 pontos, em Outubro, para -54,7 pontos, em Dezembro. Apesar das medidas implementadas pelo Governo, a população parece estar cautelosamente optimista de que o país sairá da crise a médio prazo.

Em Espanha, o desenvolvimento económico flutuou no último ano. As expectativas económicas registaram o seu nível mais baixo em Setembro, com -14,4 pontos, e subiram desde então para -3,6 pontos, revelando um ligeiro optimismo dos espanhóis e colocando o país em segundo lugar na escala de valores de todos os países da sondagem.

As eleições locais e presidenciais foram a questão dominante na Bulgária no último trimestre de 2011. Os consumidores não acreditam que a economia búlgara consiga distanciar-se da situação que se vive na Europa e esperam que as taxas de crescimento continuem a descer nos meses que se avizinham. As expectativas económicas situam-se actualmente nos -25,5 pontos, que é o valor mais baixo desde Maio de 2009.

Quanto às expectativas de rendimentos, o desemprego e o aumento dos impostos fizeram cair este indicador um pouco por toda a Europa. Os países mais pessimistas são a Grécia (-65 pontos), Itália (-60,7 pontos) e França (-60,4 pontos)

A Alemanha demarcou-se completamente da situação de outros países europeus no que toca a expectativas de rendimentos, registando um valor de 34 pontos. Dado o crescimento económico positivo, os consumidores acreditam que os salários continuarão também a subir significativamente em 2012. Mais uma vez, Espanha tem o segundo valor mais alto do indicador, com -8,6 pontos, seguida da Áustria, com -19,7 pontos.

Em Espanha, o desemprego vai continuar a aumentar em 2012 e espera-se que venha a chegar aos 25 por cento. Mas há esperança de que a situação no mercado laboral comece outra vez a melhorar nos próximos meses e, por isso, as expectativas de rendimentos aumentaram de -17 pontos, em Outubro, para -8,6 pontos, em Dezembro.

Pela primeira vez desde Setembro de 2008, a Alemanha está em segundo lugar numa comparação da disposição de comprar em todos os países da União Europeia. Nessa altura, era a Bulgária que registava um valor mais alto e agora é a Áustria que está à frente da Alemanha, com valores indicadores de 35,6 pontos e 27,4 pontos, respectivamente. As bolsas mantêm-se especialmente apertadas em França (-29,8 pontos), Portugal (-44,1 pontos) e Reino Unido

(-54,8 pontos). Devido à cada vez mais difícil situação do mercado laboral no Reino Unido, a disposição dos consumidores para comprar é muito baixa, registando -53,8 pontos em Dezembro, o valor mais baixo desde Novembro de 2008.