A quebra de consumo no Natal será ruinosa para muitas categorias de retalho e algumas marcas e conceitos vão desaparecer, defende Rui Dias Alves, CEO da Return On Ideas, numa entrevista ao jornal Hipersuper.
Segundo o responsável, o último trimestre que vai tornar mais óbvias as disparidades da crise. “Haverá marcas e conceitos de retalho que conseguem contornar os cortes e outros que, pelo contrário, pura e simplesmente tenderão a desaparecer. Antecipamos que formatos que potenciem os ‘benefícios da agregação’ (vantagem de comprar num mesmo local várias categorias de produtos) vençam e ganhem quota no consumo privado”.
Num momento de real mudança de comportamentos, Rui Dias acredita que mais do que preparar-se para 2012 apenas, as empresas têm que se preparar para uma nova realidade e para um longo processo de ajustamento por parte dos consumidores. “Têm que maximizar a capacidade de comunicar de forma activa, têm que dar resposta às novas necessidades e comportamentos dos consumidores. Para muitas empresas, e suas marcas, a mitigação possível dos efeitos da crise passará pela capacidade de estar presente em novos canais e novos contextos de consumo. O acesso dos consumidores aos produtos e serviços será um tema central”.
Preço e sazonalidade são, por outro lado, duas variáveis que vão ganhar complexidade. O preço terá que ser necessariamente mais dinâmico e a sazonalidade terá que ser contrariada com novas ferramentas de promoção.