No mercado dos bens de grande consumo, verifica-se uma maior concentração dos três principais produtores face às três maiores empresas de retalho. Esta é uma das conclusões de um estudo da Nielsen que compara os níveis de concentração do lado da indústria e da distribuição.
No total das categorias dos bens de grande consumo, os três primeiros fabricantes controlam 77 por cento do mercado, um valor que cai para 50 por cento no caso dos três primeiros retalhistas. Na área alimentar, os três principais fabricantes detém uma quota de 75 por cento, face aos 49 por cento dos retalhistas. Mas é no mercado dos detergentes e produtos de higiene (DPH) que a diferença é mais acentuada e os três maiores produtores dominam 87 por cento do mercado, nos retalhistas o controlo é de 51 por cento.
O estudo revela ainda que sem as marcas da distribuição (MdD), a concentração do lado dos fabricantes seria ainda maior. Os três principais fabricantes têm níveis de concentração acima dos 50 por cento numa dezena de categorias alimentares. Nas MdD, somente três categorias têm um peso superior a 50 por cento. Para Ana Isabel Trigo Morais, directora-geral da APED, “este estudo desfaz o mito da concentração na distribuição e prova a existência de uma maior concorrência entre os retalhistas, que tem trazido benefícios directos para os consumidores”.
O estudo baseia-se nas vendas em valor e analisou 31 categorias de bens de grande consumo com maior volume de negócios.