Mais de 85 por cento dos portugueses estão a sentir os efeitos da actual crise económica, metade dos quais com um impacto "muito significativo".
Cerca de 50 por cento dos cidadãos conhece alguém que perdeu o emprego devido à crise e, em 18 por cento dos casos, tal aconteceu com os próprios ou com o parceiro. Estes são alguns dos resultados do último eurobarómetro "Os Europeus e a Crise", encomendado pelo Parlamento Europeu.
O estudo revela ainda que cerca de dois terços dos inquiridos consideram que "a crise vai durar muitos anos" e ninguém concorda com a ideia que Portugal "já está a regressar ao crescimento", contrariamente ao que acham oito por cento dos europeus.
Mais de metade dos portugueses considera também que os cidadãos estariam mais protegidos face à actual crise se Portugal adoptasse medidas e as aplicasse de forma coordenada com outros países da União Europeia (UE).
Na mesma onda, mais de 70 por cento dos portugueses consideram que as instituições europeias deveriam ser consultadas para a elaboração dos orçamentos nacionais, enquanto dois terços concordam com a aplicação automática de sanções financeiras aos Estados-membros que falhem o cumprimento das regras sobre a dívida e o défice público.
A crise financeira também trouxe novo léxico ao vocabulário dos portugueses. Mais de metade dos inquiridos (51%) já ouviu falar das agências de notação financeira, mas apenas 19 por cento sabe exactamente o que são. Apesar disso, dois terços (59%) consideram que as agências de rating têm desempenhado um papel importante no desenvolvimento da crise financeira.