Segundo a mais recente edição do estudo Main Streets Across the World (MSATW), publicado anualmente pela consultora imobiliária global Cushman & Wakefield (C&W), apesar da retoma frágil da economia e da prudência dos consumidores em muitos países, os mercados de retalho a nível mundial recuperaram durante o último ano. Em 81 por cento dos 63 países monitorizados registou-se uma subida ou manutenção nos valores das rendas prime de retalho (até Junho 2011). Cerca de um quinto dos países (19%) registaram uma descida no valor das rendas, o que representa uma queda comparando com o terço (34%) do ano de 2010.
O Main Streets Across the World monitoriza as rendas de 278 localizações de comércio em 63 países. O ranking apresentado é baseado no valor de renda anual mais elevado em cada país analisado, não incluindo custos de condomínio, impostos locais e outras despesas de ocupação.
A 5ª Avenida em Nova Iorque continua a ser a localização de retalho mais cara do mundo, pelo décimo ano consecutivo, onde as rendas subiram 21,6 por cento no último ano. A Causeway Bay, em Hong Kong, continua na segunda posição e Ginza, em Tóquio, ocupa a terceira posição.
A maior subida no top 10 do ranking foi registada pela Pitt Street Mall em Sydney, na Austrália, que subiu da nona para a quarta posição, e onde as rendas no comércio de rua subiram 33,3 por cento comparativamente ao período homólogo. A New Bond Sreet, em Londres, desceu duas posições no ranking, da quarta para a sexta posição, apesar do crescimento no valor das rendas em 4,3 por cento. O comércio de rua do Reino Unido ficou atrás dos Champs-Élysées, em Paris que é actualmente a mais cara localização na Europa e que registou uma subida de 5,3 por cento comparativamente à queda de 9,5 por cento registada no ano anterior.
À semelhança do ano anterior, as regiões da Ásia Pacifico e América Latina lideraram o crescimento no valor das rendas do mercado de retalho a nível mundial, com uma subida de 12,2 por cento. A Wangfujing, em Pequim, registou o maior crescimento (109,5%) e é maior subida deste ano a nível mundial. Na América do Sul, onde as rendas subiram no geral 10,6 por cento, a rua Garcia D’Ávilla, no Rio de Janeiro, registou uma subida no valor das rendas de 52,2 por cento.
Lisboa manteve o seu lugar no ranking face a 2010, continuando na 42.ª posição. As cidades de Varsóvia, na Polónia, e de Budapeste, na Hungria, precedem Lisboa no ranking. Jacarta, na Indonésia, e a cidade do Kuwait seguem-se na 43ª e 44ª posição.
As rendas nos espaços de comércio de rua de Lisboa reflectem a elevada procura de que têm sido alvo, mantendo-se estáveis desde Março de 2009. A zona do Chiado é hoje a que pratica as rendas mais elevadas, situando-se o valor de referência para um espaço prime nos 80 euros/metro quadrado/mês (€/m2/mês); na Avenida da Liberdade o valor é ligeiramente inferior, cifrando-se nos 72,5 €/m2/mês. No Porto, a Rua de Santa Catarina, principal referência para o comércio de rua nesta cidade, mantém também desde 2009 o valor da renda prime nos 45 €/m2/mês.
São vários os exemplos de retalhistas que recentemente abriram lojas de rua em Lisboa, tratando-se nalguns casos das primeiras lojas da marca no país. No Chiado, insígnias como a Blanco, Nike, H3, Lanidor ou Koni Store inauguraram em 2011 unidades naquela que é já hoje a localização de retalho mais cara do país. Na Avenida da Liberdade, a Pronovias, I Pinco Pallino, Fly London ou a Porche Design são exemplos das novidades que a zona de referência para o comércio na capital recebeu em 2011. Na mesma avenida abriu também a primeira loja da Zadig & Voltaire em Portugal.