A Internet é preferida ao vendedor para obter informações e formar uma opinião. É utilizada por 88 por cento da população portuguesa. Apenas 38 por cento dos portugueses consideram os vendedores competentes e só 21 por cento os consideram "vendedores apaixonados".

Esta é uma das conclusões da edição de 2011 do Observador Cetelem, estudo que vem demonstrar que, nestes tempos conturbados, o comportamento do consumidor modificou-se. Este a cabo uma verdadeira investigação para encontrar a melhor oferta possível e precisa de tempo para decidir. O tempo de reflexão para efectuar compras importantes pode ser superior a um mês para metade da população. O estudo mostra que, em 66 por cento dos casos, os portugueses comparam atentamente os preços e procuram sistematicamente as promoções. São ainda os consumidores que mais utilizam os sites de comparação de preços.

Cerca de 75 por cento dos portugueses pesquisam primeiro na Internet para em seguida efectuar a sua compra na loja. "Em 2010, o Observador Cetelem mostrou a emergência de um comportamento de consumo mais responsável, com o crescimento acentuado dos produtos biológicos, justos ou em segunda mão. Este ano decidimos analisar o processo de compra do consumidor, que já não é apenas um especialista, mas que se torna num verdadeiro investigador para assegurar que concretiza o melhor negócio possível", afirma Conceição Caldeira da Silva, responsável pelo estudo em Portugal.

As análises mostram que o comércio electrónico não pôs em causa a existência das lojas, dado que os consumidores continuam a necessitar da presença dos vendedores no ponto de venda. No entanto, estes deverão adaptar-se às novas exigências de consumidores cada vez mais informados, que precisam de ser surpreendidos. O estudo salienta que existem agora novas expectativas e que o ponto de venda deve transformar-se num palco de experimentação.