Nas próximas semanas, com o Natal à porta, prevê-se que o furto nas lojas portuguesas atinja um valor superior a 68 milhões de euros, o que representa um acréscimo de 3,2 por cento em relação ao período homólogo de 2009, segundo o relatório “Shoplifting for Christmas 2010”, um estudo independente conduzido pelo Centre for Retail Research, entidade inglesa responsável pela elaboração do Barómetro Global do Furto no Retalho, estudo patrocinado pela Checkpoint Systems.
Durante o período natalício, prevê-se que os retalhistas europeus registem um aumento das quebras, com os “shoplifters” a prepararem-se para furtar produtos no valor de 5,4 mil milhões de euros. Os “shoplifters” e colaboradores serão responsáveis por um incremento do furto em relação ao Natal de 2009 superior a 168 milhões de euros. Como explica Joshua Bamfield, director do Centre for Retail Research e o autor do estudo, “alguns retalhistas podem ser surpreendidos pelo aumento previsto do crime, no decorrer do período festivo, dado que, este ano, os níveis de furto no retalho a nível global diminuíram. Mas é um facto de que estamos a atravessar uma altura economicamente difícil, com os consumidores a questionarem se podem lidar com os efeitos pós recessão. Naturalmente, isto irá estimular uma subida acentuada do furto durante as próximas semanas”.
Em Portugal, cerca de 40 milhões de euros serão resultado do furto por parte de “shoplifters”, mais de 23 milhões de euros serão da responsabilidade dos colaboradores e cinco milhões de euros de fraudes desencadeadas ao longo da cadeia de abastecimento.
O estudo alerta para uma atenção redobrada por parte dos retalhistas, pois, ao contrário do que é habitual, com um maior número de mulheres a praticar o furto nas lojas, espera-se que durante este período festivo o furto seja levado a cabo pelo “shoplifter” sazonal que, em média, tem 25 anos e é do sexo masculino. Pelo que, mais de metade de todos os furtos no retalho, nesta fase de compras, irão provavelmente ser realizados por homens, sendo que os “shoplifters” femininos, apesar de tudo, têm tendência a furtar bens de valores mais elevados. A quantia média furtada por incidente irá rondar os 103,25 euros.
Mas não é apenas o cidadão comum que vai cometer estes crimes. Os empregados irão também ser responsáveis pelo desvio de alguns milhões de euros de mercadoria durante o período de festas. Cerca de 1,7 mil milhões de euros serão perdidos com o furto de produtos, assim como com transacções fraudulentas efectuadas por empregados. Com um grande número de trabalhadores sazonais a trabalharem nas lojas, nos armazéns, em centros de distribuição e no back-office do retalho virtual, os gestores das lojas devem estar cientes do aumento do potencial de furto durante este período.
O grupo de risco é composto por “shoplifters” profissionais e semi-profissionais, assim como gangs que furtam para revenda ou delinquentes que furtam para consumo próprio. “Alguns dos artigos mais caros e mais populares têm uma grande procura no Natal e o preço de revenda conseguido pode ser muito mais elevado nesta fase do que em outra altura do ano. No entanto, não se trata apenas de venda de bens. Frequentemente, as pessoas furtam os produtos de que necessitam para as suas celebrações em família, nomeadamente produtos típicos da época, para evitar ter de pagar o preço superior cobrado durante este período festivo”, alerta Rafael Alegre, VP & GM Europe Customer Management da Checkpoint Systems. “E não é difícil perceber porque é que são bem sucedidos. O Natal é um período de compras extremamente agitado o que facilita o furto. Às vezes, também não há tempo suficiente para treinar as equipas de funcionários sazonais, o que significa que durante as épocas mais atarefadas os ‘shoplifters’ podem ser bem sucedidos usando tácticas que os empregados permanentes conhecem e estão preparados para conseguir evitar».
Bebidas alcoólicas, vestuário e acessórios de senhora, perfumes, produtos de beleza, DVD’s, iPod’s, jogos electrónicos, relógios e alimentos típicos do Natal estão entre os produtos com maior índice de furto nesta época.