Segundo o mais recente estudo realizado pela CB Richard Ellis (CBRE), How Global is the Business of Retail?, os retalhistas de artigos de luxo surgem como o sector de retail com maior actividade e responsável pela abertura de mais de 23 por cento de novos espaços comerciais durante o ano transacto.
O estudo anual da CBRE, actualmente na terceira edição, analisou a presença de 294 dos mais prestigiados retalhistas mundiais em 69 países, expondo a globalização da indústria de retail por país e cidade, destacando as diferenças entre sectores e regiões e identificando tendências nos modelos globais de expansão do sector de retail.
Não obstante o abrandamento económico global, os retalhistas de artigos de luxo continuam a internacionalizar-se, apresentando uma forte presença das marcas de luxo nas três principais regiões mundiais. Em média, os retalhistas de artigos de luxo operam em mais de 25 países e 50 cidades a nível mundial, assumindo-se como a maior presença mundial de todos os sectores de retail.
O aumento da presença dos operadores a nível mundial desenvolveu-se essencialmente nos mercados emergentes. A China tem sido um dos destinos mais procurados, onde o sector de luxo tem prosperado, impulsionado pelo rápido crescimento e rendimento disponível e ainda pela forte procura de marcas de luxo ocidentais. Uma necessidade partilhada pelas principais cidades da China, onde já há algum tempo que certas marcas de luxo são procuradas porque nunca estiveram presentes e onde é manifestado o desejo, por parte dos consumidores, em exibir a sua riqueza pessoal através de produtos de marcas de luxo.
Hong Kong manteve a sua posição do mercado mundial “mais popular” para os retalhistas de artigos de luxo, atraindo 91 por cento das marcas de luxo que fazem parte do estudo da CBRE. Londres assume o segundo lugar, atraindo 87 por cento dos retalhistas de artigos de luxo, seguido pelo Dubai, em terceiro lugar, com 85 por cento. No total, a Ásia é responsável por oito cidades do top 15 das marcas de luxo, com Taipé, Pequim, Xangai e Singapura presentes no top 10.
À medida que a recuperação económica mundial começa a acelerar, a Ásia continua a liderar a recuperação, com muitas marcas mundiais de artigos de luxo a identificar a China como o mercado vital para o futuro crescimento. Para algumas das principais marcas de luxo do mundo, os objectivos estratégicos estão focados em mercados emergentes, que integram o seu plano de crescimento a longo prazo. Atraídas pelo forte crescimento de países como a China e o Brasil, muitas marcas começam a considerar mercados até agora inexplorados nos seus novos projectos de expansão de retail. O Brasil está a tornar-se rapidamente num novo destino de luxo, como resposta ao desenvolvimento da sua economia e crescimento da classe média. A Burberry, abriu recentemente a sua primeira loja em Brasília e apresenta projectos para abrir mais quatro lojas ainda este ano. A Louis Vuitton abriu recentemente três “flagship stores” em Xangai e ainda outras marcas como a Tiffany & Co., Hermés e Prada estão em forte expansão pela China.
Focando Portugal, e embora naturalmente Lisboa não esteja presente no top 15, assiste-se a uma procura acentuada de espaços comerciais para a entrada no mercado português de novas insígnias, localizando-se essa procura em três zonas estratégicas, a zona do Chiado, onde se pode encontrar neste momento a Hermes, Marc Jacobs, Diesel, Hugo Boss, entre outros, a Rua Castilho com a BCBG MAXAZRIA, Karen Millen, Escada Sport, Hoss Intropia, Max&Co e Coccinelle e, finalmente, a Avenida da Liberdade que apresenta hoje uma oferta prime com fortes sinais de investimento. A principal avenida da cidade de Lisboa conta já com um vasto leque de marcas de luxo como Hugo Boss, Erminigildo Zegna, Louis Vuitton, Burberry, Longchamp, Empório Armani, Tod’s, Loewe, Mont Blanc, D&G e, desde o final do semestre, a “flagship” Prada.