O Observador Cetelem, que este ano analisa o comportamento dos consumidores europeus, revela um consumidor menos preconceituoso e “descomplexado” no que se refere a produtos e serviços discount e low-cost.
A crise e a procura da melhor relação qualidade/preço impulsionaram o crescimento das marcas discount em toda a Europa.
Em Itália cadeias como Shop Prezzofisso, Eurocity e outras lojas a um euro florescem e apresentam crescimentos de dois dígitos. No Reino Unido, existem agora cerca de 1 500 lojas discount, de entre as quais as cadeias 99p e Poundland, ou seja, mais 60 por cento do que há dois anos atrás. A Alemanha é o país europeu mais avançado na matéria, onde o hard discount é o primeiro formato da distribuição alimentar, registando todos os anos um crescimento de dez por cento do seu volume de negócios e representando actualmente 40 por cento das vendas alimentares totais.
É neste contexto de mudança que se começa a verificar a democratização do hard discount junto de novas categorias de clientelas. Seduzindo inicialmente sobretudo estudantes e donas de casa, as marcas de hard discount alargam-se actualmente a quadros, dirigentes ou profissões liberais. Colocando de parte a questão do status, mais de metade das famílias britânicas mais ricas comprariam, neste momento, produtos discount e nada indica que modifiquem este hábito depois da crise. As marcas “a menos de 1£” já se aperceberam disso e implantam-se cada vez mais nos bairros chiques de Cambridge ou de Oxford, por exemplo, sinal de uma verdadeira democratização do hard discount.